Quem freqüenta os supermercados e feiras deste País circulando entre frutas, hortaliças, cereais e tantos outros itens ali comercializados, conclui sem muito esforço que esta abundante oferta de alimentos é resultado do trabalho do agricultor e da capacidade do varejista em abastecer a sua casa e a de centenas de milhões de brasileiros. Só que esta é uma visão aparente e parcial.
Muita gente nem desconfia, mas por trás de todos estes alimentos colocados no mercado, deve estar a responsabilidade e o trabalho de um profissional de nível universitário, que possui conhecimentos especializados e exclusivos em todas as etapas do processo produtivo: o Engenheiro Agrônomo. Desde a adequação da área e do solo disponíveis para o cultivo, passando pela semeadura/plantio, adubação e os tratos culturais necessários à viabilidade econômica da produção, é o Agrônomo o responsável técnico que dará garantia de qualidade aos produtos agrícolas, fator indispensável ao bem estar e à saúde da população.
Neste ponto, cada vez mais, todos precisam saber que a qualidade dos alimentos vai muito alem da aparência. A excelência está intimamente relacionada com a forma como os alimentos são produzidos, o que depende de conhecimento técnico especializado e de análises químicas e microbiológicas que assegurem a sua adequação para o consumo humano, antes da sua comercialização nos mercados.
No Brasil somos quase 200 milhões de consumidores vorazes, que consomem produtos agrícolas em quantidades estratosféricas. O tamanho e a diversidade deste mercado obrigam um controle de qualidade extremamente acurado, principalmente nos comercializados in natura. Trata-se de um monitoramento que inicia na propriedade rural, inclui toda a cadeia logística de armazenagem, transporte, distribuição e armazenagem, alcançando o ponto de venda e o consumidor final. Em muitos países estes controles são considerados imprescindíveis e extremamente rígidos, inclusive nas importações, já que a qualidade e a preservação da saúde da população são prioridades. Qualquer descumprimento é penalizado pelo poder publico de maneira exemplar.
Ocorre que no Brasil, o rigor da regulamentação e fiscalização exercidas sobre a produção industrial de alimentos e dos produtos de origem animal, não é verificado em relação aos itens comercializados in natura em feiras e supermercados, nem mesmo nas matérias-primas utilizadas na agroindústria. Façamos um exercício de imaginação: tente reproduzir nos produtos de origem agrícola a severidade da Responsabilidade Técnica exigida em outras áreas, como medicina, farmácia, química e até em projetos e obras civis. Até a água fornecida às residências tem a sua qualidade certificada por um responsável técnico (até mesmo quando não é insípida e inodora). Quanto aos alimentos, contabilizamos décadas de atraso e um sério prejuízo a saúde da população.
Alguém já viu algum produto in-natura ser retirado do mercado por inadequação para o consumo? Alguém saberia dizer quais são os órgãos responsáveis pela fiscalização e certificação da qualidade dos produtos ofertados a população? Até quando a sociedade vai ficar submetida a “testes às segas” nas suas mesas? Até quando a área médica vai continuar diagnosticando contaminações agudas e crônicas, muitas vezes identificadas como diarréias, viroses, e doenças originadas dos efeitos cumulativos e de longo prazo destas contaminações?
Avançando no raciocínio: seria extremamente vantajoso ao consumidor saber detalhes quanto a origem daquele tomate, quem é o produtor daquele morango, agrião e tantos outros; qual é o seu endereço e quem é o Engenheiro Agrônomo responsável técnico, com o nome e número de registro profissional. Com raras exceções, rastreabilidade, etiquetas, códigos de barras, certificações, QR codes, instrumentos operacionais amplamente utilizados em praticamente todas as atividades econômicas, ainda estão longe dos produtos agrícolas no Brasil.
A gigantesca e silenciosa incidência de contaminação de alimentos, verificada diariamente em restaurantes, refeitórios e até mesmo na própria residência das pessoas é inversamente proporcional à inexistente análise de resíduos químicos ou biológicos em produtos agrícolas que assola todo o país. Se acrescentarmos à análise os prejuízos provocados à saúde das pessoas sem a devida identificação da origem na maioria das vezes, a pressão no atendimento prestado pelo SUS, a perda de produtividade das empresas provocadas pelo absenteísmo, e a vulnerabilidade geral da nação, concluiremos que regredimos muito neste quesito, especialmente no Rio Grande do Sul. Contávamos com o qualificado trabalho da Fundação de Ciência e Tecnologia que realizava análises periódicas nos alimentos. Hoje, sem o apoio necessário, a CIENTEC deixa de oferecer este serviço, em prejuízo direto de toda a sociedade. Enquanto isso as donas de casa são submetidas as mais diversas, ineficazes e até ridículas recomendações (sempre sem qualquer base técnica ou cientifica) prometendo “receitas caseiras” para livrar os alimentos de “impurezas”. Quanta irresponsabilidade com a prevenção e proteção da saúde pública.
De forma lamentável, a própria Assistência Técnica e Extensão Rural também agoniza em nosso Estado. Existiam mais Engenheiros Agrônomos trabalhando e orientando os produtores nas suas propriedades há 20 anos do que hoje. Atualmente existem mais de 200 municípios gaúchos “assistidos” pela EMATER, mas que, no entanto, não possuem sequer um Engenheiro Agrônomo prestando serviço junto às propriedades agrícolas.
É importante que a sociedade, consciente desta realidade, passe a exigir do poder publico (Federal, Estadual e Municipal) que a elevada carga tributária arrecadada, inclusive sobre a produção e comercialização de alimentos, retorne pelo menos parcialmente em beneficio de todos, pela certificação de qualidade para consumo in-natura.
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