Na segunda-feira (11), o SENGE-RS promoveu a 23ª edição dos Painéis da Engenharia, tratando sobre os desafios profissionais das mulheres na Engenharia. O encontro, realizado em formato híbrido, oportunizou o debate e o compartilhamento de experiências a respeito das situações enfrentadas pelas mulheres no setor, bem como a proposição de soluções para a construção de uma Engenharia mais diversa e inclusiva.
A mesa redonda contou com a participação das engenheiras agrônomas e diretoras do Sindicato, Luísa Leopold Campos e Córdula Eckert, da advogada Karla Schumacher Vitola, especialista em Direito do Trabalho e sócia do escritório Schumacher e Vitola, que presta assistência ao SENGE. A mediação ficou por conta da diretora Jéssica Moraes, da área de Apoio e Qualificação Profissional do SENGE.
A abertura do evento foi realizada pela diretora Vera Carrion, que agradeceu a presença de todos no evento e destacou a atuação do SENGE no apoio às mulheres engenheiras. “Aqui no Sindicato, nossa diretoria é composta em 25% por mulheres, e nosso quadro funcional também conta com 75% de mulheres, inclusive em cargos de gestão. E na luta sindical, estamos sempre atuando ao lado das mulheres engenheiras nas situações que enfrentam desde a universidade até a sua atuação profissional, em uma área que ainda é predominantemente masculina”, disse a diretora do SENGE, fazendo um convite às mulheres engenheiras para que se associem a esta luta junto com o Sindicato.
A engenheira agrônoma e extensionista rural da Ascar/Emater-RS, Luísa Leupolt Campos, deu início a roda de conversa falando sobre os desafios que vem enfrentando na sua trajetória desde a universidade, onde as turmas dos cursos de Engenharia contam com menor percentual de mulheres, ainda que estes números venham lentamente aumentando com o passar dos anos. “Quando me formei em 2013, nós éramos em 23 formandos e cinco formandas. É uma profissão tradicionalmente masculina, e alguns professores deixavam isso bem claro, e o fato de sermos minoria por tanto tempo se reflete no mercado de trabalho. Como por exemplo, em 2022 eram 200 mil mulheres registradas no Sistema CONFEA/CREA. Parece bastante, mas isso é 20% do total de profissionais registrados no Sistema. Ser minoria se torna um desafio quando estamos em um espaço pensado por e para homens, em um espaço onde quanto mais a gente se afasta do estereótipo criado para o gênero masculino, mais sofre preconceitos e desafios. Quando eu falo que existem limitações impostas pela questão de gênero, me refiro a limitações que acabam sendo naturalizadas, como se as mulheres tivessem menos capacidade de ser engenheiras”, disse Luísa.
A diretora do Sindicato também destacou os desafios de se combater o assédio no ambiente de trabalho, uma vez que em muitas situações são reduzidos a um relato pontual vivenciado por uma mulher. “É um desafio profissional se deparar com o que a gente chama de machismo estrutural. O sexismo não se mensura, ele se vive. Isso porque muitas vezes é reduzido a um relato pontual, como se representasse apenas a vivência daquela mulher que passou pela situação. Só que são todas as mulheres que relatam situações semelhantes. É muita coincidência, né?”, salientou Luísa. Ela ainda ressalta que, na Engenharia, além das dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho no seu aspecto mais amplo, somam-se questões específicas de um campo de conhecimento que ainda é majoritariamente masculino. “Nós somos testadas e expostas a todo momento. Então tu estás numa reunião e não é raro ouvir a seguinte frase: ‘vamos ver se a fulana sabe do que eu tô falando’. É aquela coisa de testar o conhecimento em público para ver se ela realmente entendeu né, além da desvalorização do trabalho.
A engenheira agrônoma Córdula Eckert, que também atua como extensionista rural na Ascar/Emater-RS também destacou as restrições e preconceitos, muitas vezes naturalizados no ambiente de trabalho, que precisam ser diariamente enfrentados pelas mulheres. “Tem algumas coisas que são típicas do machismo estrutural e que perpassam o nosso cotidiano. Por exemplo, manifestações de que ‘mulher não tem condições de assumir uma chefia’ porque ‘ela é muito emocional’, ‘ela não sabe como andar’, ‘ela é histérica’ ou ‘ela tem dificuldade de se relacionar com os homens’”, disse Córdula, que também integra a diretoria do SENGE-RS.
“Quando se comemora o dia 8 de março, estamos falando de luta contra a discriminação de gênero no mercado de trabalho, nas relações sociais, jurídicas e políticas estabelecidas na sociedade. Esse é um dia de luta, de reflexão no sentido de que a gente aprofunde qual o nosso papel nesse espaço social e político, e como vamos agir no sentido de obter uma presença mais efetiva e igualitária no mundo”, disse Córdula. Nesse sentido a engenheira destaca que a reflexão e a reação das mulheres contra as diversas formas de violência de gênero exigem de cada uma, tanto individualmente, quanto de forma coletiva, a necessidade de se posicionar dentro desse espaço de luta e construção para defesa dos interesses das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade. “Essa é uma luta via negociação coletiva, e por isso a importância da nossa participação dentro do sindicato, dentro do movimento sindical, porque essas bandeiras só vamos conseguir através dos sindicatos. É também uma luta política, através de legislações que podem atender essas reivindicações nas instâncias governamentais”, complementou.
Na sequência, a advogada Karla Schumacher, do escritório Schumacher e Vitola que presta assistência ao SENGE há cerca de 10 anos. A advogada destacou o trabalho do Sindicato nas negociações coletivas visando contemplar as reivindicações das profissionais mulheres em questões que dizem respeito a maternidade.
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