O atual presidente do SENGE-RS, engenheiro agrônomo Cezar Henrique Ferreira (66), conquistou mais um mandato à frente da entidade. Eleito na última sexta-feira (20) por mais de 91% dos votos dos associados, caberá a ele e aos demais 75 diretores, de todas as instâncias e de todas as regiões do Estado, a condução da Gestão 2023-2026, com vistas atender as demandas dos mais de 17 mil associados e da sociedade. Ainda no sábado (21), por WhatsApp, Cezar Henrique concedeu rápida entrevista ao Boletim Engenheiro Online.

Boletim Engenheiro Online: quais são os maiores desafios a serem enfrentados na sua nova gestão?

Cezar Henrique Ferreira: há muito tempo, conduzir uma entidade sindical exige equilíbrio e visão, ainda mais uma entidade tão heterogênea como o SENGE-RS. Fatores internos e externos também exigem cada vez mais a profissionalização dos dirigentes, dos gestores e dos processos administrativos.  A Reforma Trabalhista comprometeu a viabilidade econômico-financeira da maioria dos sindicatos. Trabalhando com planejamento estratégico, antevemos esta ameaça com décadas de antecipação e desenvolvemos novas formas de receitas que vieram dar sustentabilidade à instituição para oferecermos mais e melhores serviços e benefícios aos associados e suas famílias.  Aí está o primeiro grande desafio, um desafio permanente, que é o de sustentar e ampliar cada vez a importância do SENGE na vida dos representados.

BO: mas a ação sindical?

Cezar Ferreira: a resposta anterior projeta exatamente a base que precisamos para sermos cada vez mais fortes nas negociações coletivas, outro grande e permanente desafio. Posso afirmar que estamos no rumo certo. Hoje já temos 40 acordos e convenções assinados ou em andamento. Nos primeiros três anos da nossa gestão, fechamos importantes acordos, inclusive com o setor privado, graças ao trabalho dos diretores das áreas e os delegados sindicais.  Com a prevalência do negociado sobre o legislado, condição imposta na reforma, os sindicatos assumem um novo perfil, que exigirá mais competência, seriedade e profissionalismo nas negociações. Só isso irá fazer com que os representados aceitem, em assembleia, o recolhimento da Contribuição Assistencial necessária para cobrir custos cada vez maiores e alcançarmos mais e mais categorias representadas.

BO: qual o perfil que podemos traçar desta nova gestão?

Cezar Ferreira: em primeiro lugar, ampliamos a participação das mulheres na composição da diretoria. Alcançamos 25% o que é mais que a proporção divulgada pelo Conselho Federal. Também renovamos a Diretoria Executiva e todas as demais instâncias, trazendo colegas mais jovens, mais sintonizados com as mudanças tecnológicas, sociais e nas relações de trabalho. Mantivemos o equilíbrio com a manutenção de colegas de larga experiência. Daremos continuidade ao projeto de inovação tecnológica para dotar o sindicato de todas as condições necessárias ao seu funcionamento e eficiência. Isso exige muita competência dos diretores, muita responsabilidade e equilíbrio para conduzirmos uma entidade do tamanho do SENGE, referência nacional no movimento sindical. Mantermos esta posição é também um enorme desafio.

BO: o SENGE investe em eventos, em Comunicação, em voluntariado, o que dá à entidade um claro papel social. Quais são seus planos neste sentido?

Cezar Ferreira: iremos fortalecer este trabalho. Optamos em sermos referência para a sociedade em temas estratégicos como infraestrutura, energia, meio ambiente, tecnologia, agricultura familiar e muitos outros. Isso só se sustenta com muito trabalho, seriedade e parcerias com os profissionais e com outras entidades e instituições. Assim, ganham impulso projetos especiais como o SENGE Solidário, o Programa Engenheiro Empreendedor, o Núcleo Jovem Engenheiro, os convênios com as universidades, entre outros.

BO: e quando este trabalho começa?

Cezar Ferreira: já começou. Aliás, não parou.