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Está nas mãos dos ministros do Supremo Tribunal Federal esclarecer o verdadeiro papel desempenhado por cada um dos 38 réus arrolados pela Procuradoria-Geral da União no processo do Mensalão.

Considerado, por uns, como o maior escândalo de corrupção política de todos os tempos, por outros, nem tanto, o episódio vinha servindo como um prato cheio aos detratores do Governo Federal até que o volume e a contundência das acusações, assim como novos casos surgidos desde então alcançaram também a própria oposição. Desde então, o que mais vem funcionando no jogo político é o ventilador, com conseqüências generalizadas e bem distribuídas.

Calejada pelos desdobramentos passionais, parciais e invariavelmente improdutivos das CPI’s e dos julgamentos políticos do Congresso Nacional, a sociedade brasileira tem agora à sua disposição a oportunidade de conhecer a verdade. A brincadeira acabou. O jogo de cena e a teatralidade também. O Mensalão começa ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça Brasileira, cujas decisões, devemos não apenas respeitar e cumprir, mas principalmente acreditar como justas.

É certo que nas próximas semanas o País se submeterá a circunstâncias inéditas que ao serem julgadas e esclarecidas irão aferir mais uma vez o grau de maturidade conquistado pela Democracia Brasileira. Aliás, um longo caminho percorrido desde a democratização, cuja trajetória alguns se esforçam em tentar retroceder, seja pela criminosa partilha ilegal do poder, seja pela irresponsabilidade política do “quanto pior melhor”.

As lições que devemos tomar a partir dos resultados do julgamento não devem se restringir a eventual condenação dos protagonistas. Devemos nos valer da experiência adquirida neste e em tantos outros episódios, a fim de construirmos barreiras que impeçam a reprodução cíclica de acontecimentos como este, que maculam nossa sociedade, comprometem as instituições políticas e freiam o desenvolvimento de uma nação pujante, justa e democrática.