19/06/2012

Dmae garante a qualidade da água

Em entrevista concedida ao SENGE, o diretor geral do Dmae, Flávio Presser, apresenta o contraponto da entidade à série de reportagens "A Água que Bebemos", publicada pelo jornal Zero Hora, abordando a qualidade dos serviços de água e saneamento em Porto Alegre e região metropolitana.

O jornal Zero Hora publicou uma série de reportagens abordando a questão do saneamento. Numa delas estampou em título “Esgoto é matéria-prima da água bebida pelos gaúchos”. O jornal exagerou? Por que?

Presser – O monitoramento das águas do Lago Guaíba é realizado pelo DMAE há mais de trinta anos e abrange pontos localizados na foz dos rios formadores, na margem direita, na margem esquerda e no canal de navegação. Com o objetivo de avaliar a qualidade da água deste manancial usamos o Índice de Qualidade da Água (IQA), desenvolvido pela National Sanitation Foundation (NSF). Os pontos de pior qualidade são os localizados na foz do Rio dos Sinos e do Arroio Dilúvio em decorrência da maior densidade populacional e conseqüentemente um maior aporte de cargas oriundas de esgotos domésticos. Próximos a estes pontos estão as captações das ETAs Moinhos de Vento, São João e Menino Deus. Mas ao longo da margem esquerda do Lago verificamos uma considerável melhoria da qualidade da água e onde estão localizadas outras três captações do Dmae (Tristeza, Belém Novo e Lami). Outras duas captações de localizam no rio Jacuí e na barragem da Lomba do Sabão. Nosso constante monitoramento mostra que o Lago Guaíba possui um boa capacidade de auto depuração e que parte de nosso sistema capta água bruta de qualidade regular.

Os efeitos das cianobactérias são um problema que chegou para ficar ou é uma lamentável coincidência ter sido verificado em oito dos últimos 10 verões?

Presser – Para que ocorram os processos de floração de cianobactérias é necessária a associação das condições ambientais favoráveis e da presença de nutrientes (nitrogênio e fósforo) em níveis adequados ao crescimento destes microorganismos. No que se refere à concentração de nutrientes no corpo hídrico, poderá ocorrer uma redução significativa a partir do funcionamento das duas Etes que estão em fase de conclusão e que elevarão de 27 % para 80 % a capacidade de tratar os esgotos domésticos de Porto Alegre. Quanto às condições ambientais e climáticas, não possuímos ingerência e não temos condições de prever. Assim, com a retirada das cargas afluentes ao manancial do Guaíba, pretendemos atuar sobre um dos fatores que potencializam as florações e com estas ações minimizar as ocorrências destes processos, mas não temos como garantir que estes fenômenos não venham a ocorrer no futuro.

Zero Hora informa que Porto Alegre trata apenas 11% do esgoto. O Projeto Integrado Socioambiental é um investimento importante. Mas já tivemos o Pró-Guaíba que ficou pelo caminho. Na sua opinião, qual a diferença entre os dois projetos, e o que a população pode esperar do PISA?

Presser – Do Pró-Guaiba resultou a capacidade atual de 27% de tratamento de esgotos em Porto Alegre. O PISA e o SES Sarandi mais do que triplica esta capacidade a medida que eleva ela para 80%. Estas obras, que montam valores na ordem de R$ 450 milhões, estão em fase adiantada de execução e com conclusão prevista para até o final do ano. Por outro lado, com a entrada em operação das obras do Pisa, a população poderá esperar uma recuperação gradativa da qualidade do Lago e nossa expectativa é de que em poucos anos se possa inclusive recuperar a sua balneabilidade. O volume de esgoto tratado é variável, pois temos sistemas que tratam esgotos misto (cloacal e pluvial juntos) e que são extravasados nos dias de chuva. Em 2011 foram tratados 18,5 milhões de metros cúbicos, representando 17% do esgoto produzido.

A exemplo do que ocorre na Saúde Pública em que Porto Alegre recebe diariamente milhares de pessoas em busca de atendimento, o Guaíba é uma calha natural de uma enorme bacia hidrográfica que nele despeja um potencial poluidor provavelmente ainda maior do que o produzido aqui na Capital. É dele que o DMAE capta boa parte da água para ser tratada e distribuída. O que pode, está ou poderia ser feito para reduzir este impacto?

Presser – Nas principais cidades pertencentes à bacia hidrográfica do Guaíba devem ser implantados sistemas de coleta e de tratamento de esgotos, conscientizando a população quanto à importância de realizar as ligações domiciliares à rede cloacal coletora. Promover, também, desde o ensino fundamental, uma educação ambiental adequada à realidade da região. Mas, acima de tudo, devem ser implementadas na bacia hidrográfica do Guaíba as iniciativas previstas na Lei nº 10.350 de 30/12/1994, que institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos, dentre elas o Planode Bacia.

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