“Assim que a situação se normalizar e a atividade econômica retomar o seu rumo, a demanda energética vai impor a necessidade do carvão mineral e da energia termelétrica. Por isso não podemos abrir mão dessa riqueza tão importante sobre a qual o Estado deve ter um gerenciamento direto sobre o seu aproveitamento”, afirmou o engenheiro, que também é funcionário de carreira e já ocupou a diretoria técnica e a presidência da Companhia Riograndense de Mineração (CRM).

O Rio Grande do Sul concentra quase 90% das reservas de carvão mineral do Brasil. Nesse cenário, o governo opera através da CRM, empresa de economia mista que detém as maiores reservas do país, totalizando cerca de 2,7 bilhões de toneladas. Possui unidades mineiras localizadas no Baixo Jacuí e na Metade Sul do Estado, sendo nesta última onde opera sua maior unidade de extração, a Mina de Candiota.

Diante deste potencial, o professor Gavronski reitera a importância estratégica da exploração do carvão mineral para a economia do Estado, tanto no que se refere à segurança energética, quanto a geração de emprego e renda por meio de uma extensa cadeia produtiva ligada ao minério. “A termeletricidade é uma das principais fontes utilizadas no mundo hoje. As grandes economias não abrem mão das usinas térmicas. Exemplos disso são a China e também a Alemanha, que vem construindo novas usinas com tecnologia de ponta”, explica Gavronski, e segue: “A Eletrobras não está dando a importância que deve à Usina de Candiota, e com a ameaça de fechamento da Fase B certamente a CRM e toda a economia da Metade Sul do Estado será impactada. O próprio governo do Estado também deveria ter entre as suas prioridades o incentivo ao carvão mineral e a geração termelétrica, dada a concentração das jazidas e a abundância dessa riqueza mineral aqui no Estado. Hoje em função das dificuldades econômicas, o governo pensa no curto prazo, mas precisamos equacionar essas questões e pensar também no futuro. E para retomar o desenvolvimento, vamos precisar de energia”, conclui o professor.