Fonte: Zero Hora 04/11/2012
Em pouco mais de três anos, o Rio Grande Sul vai dar um salto na geração de energia pela força dos ventos.
Com a implantação de novos parques eólicos que passaram por leilões entre 2009 e 2011, o Estado chegará a uma produção de 1.392 megawatts (MW), volume 3,5 vezes superior ao atual.
No total, são 42 projetos previstos para entrarem em operação até o dia 1º de janeiro de 2016, que somam mais 1 mil MW e devem representar investimentos ao redor de R$ 4 bilhões, estima Eberson Silveira, coordenador de energia e comunicações da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI).
Segundo Estado em geração de energia eólica no país, atrás apenas do Ceará, o Rio Grande do Sul contabiliza atualmente a produção de 390 MW, o equivalente a mais de um quinto da produção nacional.
Com 12 parques instalados no Estado desde 2006, a força dos ventos já representa 4,4% de toda a matriz energética gaúcha. A partir dos novos projetos, a expectativa é que o percentual passe de 10%.
– A energia eólica também está descentralizando a riqueza no Estado. Os investimentos estão sendo realizados em algumas das regiões gaúchas com menor renda – afirma Ricardo Rosito, presidente do Sindicato das Empresas de Energia Eólica no Rio Grande do Sul.
Os investimentos podem ser ainda maiores.
– Temos cerca de 4 mil MW em empreendimentos que estão buscando licenciamento e se inscrevendo nos leilões de energia – observa Silveira, da AGDI.
O problema, ressalta Rosito, é a incerteza quanto à realização de dois leilões agora programados para dezembro, após dois adiamentos este ano motivados por falta de demanda, conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelo planejamento do setor no país.
Anteriormente agendado para outubro, o leilão A-3, com programação de entrega da energia três anos após o certame, teve a inscrição de 3,8 mil MW de 168 parques previstos para o Rio Grande do Sul. O leilão A-5, com início da geração previsto em contrato após cinco anos, teve inscrição de 3,5 mil MW de 59 parques projetados para o Estado.
Apesar da indefinição momentânea, a expansão da energia eólica abre uma grande oportunidade para a indústria gaúcha, ressalta Rosito, do sindicato das empresas.
– É uma chance de fomentar a cadeia de máquinas e equipamentos para esses parques. Hoje não temos empresas gaúchas nesse segmento – reforça Rosito.
Mudança no horizonte do Extremo Sul
Até 1999, Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do Estado, tinha energia elétrica fornecida por um gerador a óleo. Agora, nas terras planas dos Campos Neutrais, irão despontar cata-ventos de até 78 metros de altura, que transformarão o vento que agita os palmares em eletricidade, a aposta mais ambiciosa da história da cidade.
No município de cerca de 35 mil habitantes, o investimento de R$ 1 bilhão começa a transformar do campo à zona urbana. Com a ordem de início da construção assinada, as empresas responsáveis pela execução do parque eólico estão se instalando. É o primeiro impacto, que já provoca alvoroço nos pequenos hotéis e restaurantes.
Vander Miranda, corretor de imóveis que atua há 14 anos na região, percebeu aumento de 30% na procura por locação de residências no último mês. Deverão ser gerados 3 mil empregos diretos e indiretos na obra.
Nascido em Santa Vitória do Palmar, Paulo Cezar Pereira, 22 anos, vê no empreendimento a esperança de ter a carteira de trabalho assinada pela primeira vez. O jovem dedicou as tardes do último mês a um curso de pintura para construção civil.
— Quando aparece uma oportunidade dessas, a gente tem de agarrar — diz.
O prefeito Eduardo Morrone (PT) estima que, com os impostos recolhidos a partir da geração de energia, o orçamento municipal duplique dos atuais R$ 13 milhões a R$ 15 milhões para R$ 30 milhões. Por um acordo entre prefeitura e empresas, o recolhimento deverá começar somente em 2016 — 24 meses após o início da venda de energia elétrica.
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