30/01/2019

GM ameaça sair do país e propõe redução do piso salarial em Gravataí

Ao propor a redução do piso salarial, o trabalhador irá consumir menos. Terá que, por exemplo, negociar uma redução do aluguel na imobiliária local, pois o mais pobre não tem casa própria e, portanto, perde o dono do imóvel e a imobiliária que irão ganhar menos. O trabalhador que teve o salário reduzido irá consumir menos no mercadinho da esquina, comprando somente o básico, e por sua vez, o pequeno empreendimento vai vender menos e comprar menos dos seus fornecedores, demitir e/ou reduzir salários de seus empregados. 

Logo a cadeia de redução de consumo deste trabalhador irá afetar todo o comércio local, ocasionando menos consumo em geral, mais demissões, menos oportunidades, menos arrecadação de impostos, etc.

Perdem a população, o comércio local e a arrecadação de impostos. Quem ganha?

Abaixo seguem algumas “exigências” da GM:
• Redução de cerca de 17% no piso salarial, que seria voltada aos novos contratos, para R$ 1,3 mil – o atual é de R$ 1.573, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí. 
• Jornada de trabalho de 44 horas semanais para novas contratações – hoje, é de 40 horas, aponta a entidade que representa os trabalhadores.
• Revisão no programa de participação de resultados (PPR) – zero no primeiro ano, 50% em 2020 e 100% em 2021. 
• Suspensão da contribuição da GM por 12 meses para previdência e alteração no plano médico dos funcionários. 
• Implementação do trabalho intermitente por acordo individual e coletivo e jornada especial de trabalho de 12 por 36 horas.

Leia também:

Montadora alega prejuízo e pressiona  trabalhadores, governos e fornecedores para conseguir benefícios

Fonte: GaúchaZH

A General Motors (GM) deve acelerar nesta semana as negociações com trabalhadores e governo do Estado para definir o rumo de sua atuação em Gravataí. Nesta terça-feira (29), representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do município da Região Metropolitana pretendem se reunir com o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, em São Caetano do Sul (SP). Na quarta-feira, será a vez de o governador Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito de Gravataí, Marco Alba (MDB), encontrarem executivos da montadora em São Paulo.
 
O impasse sobre o futuro da operação da multinacional cresceu neste mês com a divulgação de comunicado endereçado aos funcionários. No texto, a companhia sinalizou que seu futuro no país dependeria da volta do lucro à operação brasileira. Conforme a empresa, houve prejuízo “significativo” de 2016 a 2018 no país – a GM não detalha os números. 
Além da fábrica de Gravataí, a montadora mantém outras duas no Estado de São Paulo, em São Caetano do Sul e São José dos Campos. A GM Mercosul também contempla operação em Rosário, na Argentina, e unidades de produção de motores e componentes em Joinville (SC) e Mogi das Cruzes (SP). 

Em resumo, espera-se que a montadora busque negociar benefícios ficais junto a governos – o Palácio Piratini ainda não comenta o assunto –, além de redução de custos de fornecedores. Aos funcionários, a companhia propôs redução de benefícios trabalhistas.  

Funcionários farão votação nesta terça-feira pela manhã 

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí afirma ter recebido lista com 21 medidas que a montadora deseja colocar em prática. Entre elas, estão corte de cerca de 17% no piso salarial, para R$ 1,3 mil, que seria voltado a novos contratos, jornada de trabalho de 44 horas semanais e revisão no programa de participação de resultados (PPR). Diretor de assuntos jurídicos do sindicato, Edson Dorneles informa que a entidade pretende levar a proposta à votação nesta terça, por volta das 5h30min, na fábrica de Gravataí. 

 – Isso tem como objetivo retirar conquistas dos trabalhadores. Não desejamos o mal para a empresa. Mas queremos que os direitos dos empregados não sejam revogados – defende Dorneles.

 O sindicato dos metalúrgicos estima em cerca de 3 mil o número de funcionários da montadora em Gravataí. Além deles, há outros 3 mil em sistemistas (fornecedores que atuam no local), aponta a entidade.  

Segundo analistas, a fábrica da GM em Gravataí destaca-se pela modernidade. A montadora tem em andamento projeto que prevê investimento de R$ 13 bilhões no país até 2020, dos quais R$ 1,4 bilhão seriam direcionados à unidade gaúcha. O aporte na Região Metropolitana engloba a produção de um novo carro, que deverá estar no mercado até 2020, conforme anúncio feito em 2017.

Hoje, a planta gaúcha fabrica dois modelos: o Prisma e o Onix, líder em vendas no Brasil. Em 2018, o campeão de negócios teve 210,5 mil unidades emplacadas no mercado nacional, quase o dobro do que o segundo da lista, o Hyundai HB20, com 105,6 mil, indica a Fenabrave, que representa as concessionárias brasileiras. 

O prefeito de Gravataí afirma que a GM responde por cerca de 45% de todo o retorno que o município recebe com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em 2018, o valor do tributo gerado pela produção da fábrica e dos sistemistas foi de cerca de R$ 100 milhões, afirma Alba. 

– Não acredito que a GM fechará a unidade em Gravataí. A empresa quer dialogar para manter as plantas no país e ter melhores resultados. Mas, se as conversas não avançarem, a GM deverá mudar seu plano de investimentos, o que teria efeitos diretos em Gravataí, tanto em empregos quanto em tributos – avalia o prefeito. 

GaúchaZH tentou contato com a montadora, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

A intenção 

  • Sem dar mais detalhes, a GM listou 21 medidas endereçadas aos funcionários da unidade em Gravataí. Abaixo, confira as mais relevantes: 
  • Redução de cerca de 17% no piso salarial, que seria voltada aos novos contratos, para R$ 1,3 mil – o atual é de R$ 1.573, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí. 
  • Jornada de trabalho de 44 horas semanais para novas contratações – hoje, é de 40 horas, aponta a entidade que representa os trabalhadores. 
  • Revisão no programa de participação de resultados (PPR) – zero no primeiro ano, 50% em 2020 e 100% em 2021. 
  • Suspensão da contribuição da GM por 12 meses para previdência e alteração no plano médico dos funcionários. 
  • Implementação do trabalho intermitente por acordo individual e coletivo e jornada especial de trabalho de 12 por 36 horas.

A companhia em Gravataí

  • A chegada da empresa à região metropolitana de Porto Alegre foi anunciada em 1997. 
  • A planta gaúcha integra as operações da GM Mercosul, que tem outras duas no Brasil, em São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo. A empresa ainda opera uma unidade em Rosário, na Argentina. 
  • Hoje, a fábrica de Gravataí emprega cerca de 3 mil funcionários diretos, além de outros 3 mil em sistemistas, estima o sindicato dos metalúrgicos do município. 
  • No local, são produzidos dois modelos de carros: o Prisma e o Onix, o mais vendido do Brasil.
  • A GM tem em andamento projeto que prevê investimento de 13 bilhões no país até 2020, dos quais R$ 1,4 bilhão na unidade gaúcha. 

 

 

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