Imagem do Rio Taquari em Lajeado (Crédito: Fernanda Kocchann/jornal Independente)

Na quinta-feira (24), a diretoria ampliada do Sindicato dos Engenheiros no RS participou de reunião com o engenheiro florestal Jackson Brilhante, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Na pauta, a apresentação do Projeto Reflora, iniciativa do Governo do Estado em conjunto com a CMPC, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e diversas instituições de ensino públicas e privadas do RS.

O projeto Reflora tem como objetivo o plantio de mais de seis mil mudas de 30 espécies florestais nativas dos biomas Pampa e Mata Atlântica, com previsão de investimento de R$ 7,5 milhões do setor privado, com intermédio do governo. O projeto deve durar três anos, e os principais passos serão: coleta de DNA em campo para as mudas, enxertia, florescimento das mudas e plantio nas principais regiões atingidas pelas enchentes.

A diretoria do SENGE-RS considera a relevância e o mérito da iniciativa, que pretende implementar tecnologia para produção e florescimento precoce de mudas, e assim gerar dados de pesquisa sobre reprodução de espécies com uso de estaquia e de hormônios para indução floral precoce, conforme tecnologia desenvolvida e disponibilizada pela UFV.

No entanto, o SENGE-RS avalia que o projeto Reflora não atende à necessária e urgente recomposição das áreas degradadas pelas enchentes ocorridas há um ano no Estado e o reestabelecimento do ecossistema. Para tanto, é fundamental a elaboração e implantação de um programa mais amplo, que atenda as demandas reais e urgentes de recomposição florestal das matas ciliares, prevenção e redução dos impactos de futuros eventos climáticos.

Essas ações de recomposição devem ser viabilizadas a partir de uma ampla agenda de políticas públicas em níveis estadual e nacional, incluindo o planejamento e prevenção das consequências das mudanças climáticas. É urgente pensarmos em ordenação do território, melhor uso do solo, gestão dos recursos hídricos, transição energética, entre outras iniciativas.

Nesse sentido, o SENGE-RS reitera a importância da valorização do conhecimento técnico dos profissionais da ASCAR/EMATER-RS, das universidades e de outras instâncias constituídas no âmbito do Poder Público, como por exemplo, os Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas, para o desenvolvimento e implementação de programas locais que atendam as reais necessidades do Estado.

Além disso, o Sindicato vem se colocando à disposição para contribuir com soluções e apontar caminhos, sob a ótica da Engenharia e a serviço da sociedade e do desenvolvimento sustentável. No mês de fevereiro, foi lançado o estudo técnico intitulado “Reengenharia e Planejamento para a Recuperação e Fortalecimento do Rio Grande do Sul Pós-Enchentes de Maio de 2024”. Elaborado por um grupo de profissionais renomados em diversas áreas da Engenharia, o documento apresenta propostas fundamentadas em princípios de planejamento estratégico com o objetivo de transformar a tragédia ocorrida em maio de 2024 em uma oportunidade de reconstrução e fortalecimento para o Estado. 

 Foto: Imagem do Rio Taquari em Lajeado (Crédito: Fernanda Kocchann/jornal Independente)