O bom desempenho da construção civil e o crescimento da economia brasileira dos últimos anos revelaram à sociedade uma realidade que vem preocupando profissionais e entidades de engenharia e arquitetura já há algum tempo: a segurança e manutenção das edificações. A cada novo colapso, o tema recebe atenção da imprensa e da sociedade, até ser substituído por outro espetáculo midiático.

Além de alertar para as profundas deficiências operacionais para o cumprimento das atribuições legais de prevenção verificadas na maioria dos municípios e da ausência de complementaridade no trabalho dos diversos órgãos de fiscalização, o SENGE chama atenção para uma silenciosa realidade: os acidentes causados pela intervenção de leigos em reformas prediais. São problemas que ocorrem diariamente, talvez milhares de vezes, sem a cobertura dos órgãos de comunicação, mas que causam danos idênticos ou talvez maiores do que os grandes colapsos, como o ocorrido no Rio de Janeiro no início deste ano.

Visando ampliar o debate e oferecer informações à sociedade, o Sindicato definiu a “segurança predial” como tema inicial da sua nova linha de comunicação institucional. Denominada “Construindo Ideias. Mais Engenharia para o avanço social”, a campanha pretende destacar a partir do papel dos profissionais de engenharia e arquitetura no dia a dia das pessoas, algumas das principais vulnerabilidades impostas à população, seja por deficiências dos serviços públicos e privados, seja pela falta de informação.

Isso porque o quadro é bastante complexo e inclui desde a ação de leigos em trabalhos de responsabilidade exclusiva de profissionais registrados, passando pela sobreposição de atribuições e a incapacidade operacional dos órgãos de fiscalização de desempenhar a plenitude de suas funções, pela falta de informações e até mesmo pelo jeitinho brasileiro.

Um dos pontos que apresentam maior vulnerabilidade à sociedade está relacionado com a Patologia das Construções. A partir da segunda metade do Século XX, as cidades brasileiras experimentaram um processo de forte urbanização. Nos grandes centros, este processo foi caracterizado pela verticalização das edificações. O que se vê nos dias de hoje é que muitos dos prédios erguidos a partir deste período inicial podem estar sofrendo de sérios problemas estruturais, decorrentes em parte de falta de manutenção e de fiscalização.

Atento à necessidade de ampliar o debate a este respeito, o Sindicato dos Engenheiros no RS e a Associação Brasileira de Patologia das Construções (Alcompat) irão promover no próximo dia 04 de maio (sexta) uma mesa redonda tratando especificamente de “Inspeção” e “Manutenção” predial. Profissionais de renome no cenário nacional irão debater os principais aspectos relacionados à Patologia das Edificações, bem como ações preventivas contra acidentes, incêndios e outros problemas.

O encontro que irá ocorrer na sede do Sindicato, é dirigido a engenheiros, arquitetos, empresários, gestores da iniciativa pública e privada, professores, estudantes, além de outros interessados no tema, como síndico e administradores de condomínios.As inscrições gratuitas estarão disponíveis a partir do dia 19 de abril no Portal www.senge.org.br.