A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, receberá uma série de apontamentos feitos pelos senadores da Comissão de Infraestrutura (CI), que levarão ao Palácio do Planalto as principais demandas em infraestrutura, área considerada ponto-chave de entrave à economia e crescimento do país.

Em audiência pública, representantes portuários enfatizaram a necessidade de destravar a burocracia envolvida na importação e exportação de produtos, e ainda, citaram fatores como falta de investimento, uma vez que, a atual situação dos portos é desproporcional ao crescimento do modelo comercial adotado pelo país.

A visita à ministra foi decisão tomada durante reunião do grupo parlamentar, que deve levar à pauta outra preocupação: O estado crítico da malha ferroviária brasileira. Há décadas o Brasil vem deixando de investir em ferrovias, o que seria uma das alternativas consideradas de baixo custo, quando comparada a enorme extensão territorial do país.

Burocracia

Vice-presidente da Comissão de Infraestrutura (CI), senador Blairo Maggi, falou das dificuldades em executar qualquer tipo de projeto no país. "Iniciamos esta semana o ciclo de visitas às obras da Copa do Mundo de 2014. O que mais ouvimos dos engenheiros e secretários foi a dificuldade imposta pelos órgãos fiscalizadores. Após a lei, vêm decretos, normativas, portarias e cada um deles vai alargando a burocracia. O executor fica de mãos atadas e as obras não conseguem avançar. Vêm os órgãos de fiscalização – o Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas – e formalizam/embargam. Não há condições de tocar esse país e fazê-lo avançar dessa forma", disse o mato-grossense.

Blairo deve levar à Hoffmann seu descontentamento com os gargalos encontrados nos canteiros de obras para o mundial; uma amostra do que ocorre no restante do país. "Temos que resolver essa questão dentro do Congresso. Esse tema será por mim questionado na Casa Civil. Quantos órgãos estão envolvidos e quantas normativas têm de ser aprovadas para se conseguir executar uma obra?", recorreu o senador, ao enfatizar as dificuldades existentes nos Estados causadas falta de investimento em infraestrutura, experiência vivenciada enquanto governador de Mato Grosso por quase oito anos