O orçamento destinado à EMATER para 2023 será o mesmo de 2022, ou seja, R$185 milhões, segundo informou o atual secretário da Agricultura, Domingos Antonio Velho Lopes durante reunião com a Associação Dos Servidores da ASCAR/EMATER-RS (ASAE) nesta segunda-feira, 12/09. O secretário afirmou que a manutenção se deve à redução de receita do Estado.

Para o vice-presidente do SENGE, José Luiz Bortoli de Azambuja, a declaração gera imensa preocupação com o cenário que está se desenhando para 2023. “O orçamento de 2022 já foi insuficiente, não permitiu a realização de concurso para reposição de profissionais e projeta-se para 2023 essa situação agravada, pois estamos com a situação inflacionária que corrói o orçamento. Então, é uma péssima notícia para a agricultura familiar do Rio Grande do Sul, é uma péssima notícia para a economia do Estado do RS, porque a gente sabe que esse setor garante receita para o Estado quando as coisas vão bem em termos climáticos. Nós lamentamos profundamente essa situação”, afirma.

Azambuja também frisa que o Sindicato dos Engenheiros, ao longo de toda a sua trajetória, vem defendendo a revitalização, a reorganização, e a recomposição dos quadros da Emater para que ela possa fazer o seu trabalho com eficácia e eficiência. “Ao contrário do que está acontecendo no atual governo, a EMATER precisa é recuperar a sua força de trabalho, realinhar-se a seus objetivos e garantir assistência técnica rural para a agricultura familiar do Rio Grande do Sul. Lamentamos muito essa informação e esperamos que seja possível sensibilizar os agentes políticos, os agricultores para que cobrem exaustivamente do governo uma mudança de postura. A Emater está sendo tratada como se fosse uma empresa que não tivesse muita importância para o Rio Grande do Sul. Muito lamentável!”

Em matéria publicada pela ASAE, a presidente da entidade, Marines Roseli Bock, também lembrou das possíveis consequências na diminuição do valor direcionado à instituição. “Tentamos demonstrar a importância e a necessidade de o Estado investir na Emater, além de reforçar sobre o impacto negativo causado pela redução no aporte anual, como falta de reajustes salariais, além da redução de pessoal que atende os agricultores familiares, pescadores, indígenas e quilombolas”, relata, Marines.

A Asae reforçou que o orçamento apresentado não é suficiente para cumprir as demandas que a Emater tem junto ao seu público assistido e que o Estado precisa alocar mais recursos para dar conta das necessidades. Marines também sugeriu a busca por fontes financeiras em projetos externos, como os oferecidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a exemplo do que já foi feito em épocas passadas.

Assim como fará o SENGE-RS, a Asae também buscará se unir às demais entidades representativas dos trabalhadores para pressionar o governo com objetivo de ampliar o orçamento da empresa em 2023.

Além da ASAE participaram da reunião com o Secretário da Agricultura, Aluísio Santos Ribeiro, representando a ASAPAS(Associação dos Aposentados da Ascar-EMATER), e Luana Lucas Alves, representando a AESR (Associação dos Extensionistas Sociais Rurais do Rio Grande do Sul).