O Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SENGE-RS) vem a público expressar sua preocupação e desaprovação frente à recente nomeação do procurador Bruno Vanuzzi, bacharel em Direito, para o cargo de diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre. Esta escolha do prefeito Sebastião Melo contradiz não apenas a prática essencial de designar engenheiros para liderar áreas críticas como o saneamento, mas também compromete a eficácia e segurança dos serviços essenciais à população em um momento crítico de recuperação das severas enchentes de maio último.

O DMAE, um órgão de vital importância, enfrenta desafios complexos que exigem conhecimentos técnicos específicos. A designação de um não-engenheiro para liderar tal departamento subestima a complexidade técnica necessária para uma gestão eficaz e representa um retrocesso na luta por serviços públicos de qualidade que garantam a segurança e o bem-estar da população.

É preocupante que a prática de nomeações inadequadas seja recorrente no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre. Em um momento em que a cidade luta para fortalecer sua infraestrutura de saneamento e água, a escolha de um líder qualificado e especializado no campo da Engenharia é mais crucial do que nunca. O SENGE-RS reforça a posição já manifestada pelo Sistema Confea/Crea, que defende a nomeação de profissionais habilitados e competentes para cargos que demandam conhecimento técnico aprofundado e gerencial.

Alertamos que tal atitude compromete seriamente o desenvolvimento técnico e a eficiência administrativa, essenciais para o desempenho de cargos como o de diretor-geral do DMAE. O respeito à formação específica é indispensável para o exercício competente das funções à frente não só do DMAE, mas de toda área técnica que visa garantir um serviço público de qualidade. Lamentavelmente, o critério de qualificação técnica e experiência relevante é frequentemente preterido em favor de interesses alheios ao desenvolvimento e ao avanço social.

A Engenharia, como pilar central do desenvolvimento sustentável e da qualidade de vida urbana, deve ser valorizada e respeitada. A responsabilidade de proteger e avançar nosso ambiente construído e natural exige nada menos que a competência e a dedicação de profissionais habilitados.