Como melhorar as políticas públicas para garantir a inserção da mulher em todas as esferas da vida social? Este foi o tema central das discussões promovidas pelo 9º Congresso da Federação das Mulheres Gaúchas, ocorrido nos dias 02 e 03 de outubro, em Porto Alegre. O assunto foi tratado com boas perspectivas por palestrantes e conferencistas, principalmente pelos avanços econômicos e sociais que o Brasil vem apresentando nos últimos anos, com a superação da crise e o desenvolvimento do setor produtivo.

Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul, José Luiz Azambuja, que participou da abertura a convite da presidente da FMG, Mari Perusso, o Congresso marca os avanços na luta por condições de igualdade de gênero. “Prova disso, é a crescente participação da mulher em um mercado até então tido como "masculino", que é o da construção civil. A procura por mulheres é grande pela qualidade da mão de obra e pelas características próprias das mulheres, como maior cuidado e preocupação em evitar desperdícios, o que contribui para diminuir custos, inclusive”, ressaltou Azambuja. Algumas áreas, no entanto, ainda apresentam dados insatisfatórios na luta por igualdade de gêneros.

É o caso da engenharia, onde o número de mulheres exercendo a profissão ainda é bem menor do que o de homens, sendo que elas representam apenas 14% do total de engenheiros(as) empregados. Situação semelhante ao que ocorre no México, no Canadá e na França. Outra situação de desigualdade é relativa ao salário, onde as mulheres engenheiras recebiam em 2002 cerca de 71% do salário dos homens engenheiros. “Esta relação já foi pior em 1985, ano em que as mulheres engenheiras recebiam 59,13% do salário dos homens. Mas a diminuição da diferença ainda é pouca, e mostra que há muito a avançar”, defendeu Azambuja.