A previsão de empreendimentos imobiliários nos terrenos do antigo Ginásio da Brigada Militar, na Avenida Ipiranga, e na quadra da antiga Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), na Avenida Praia de Belas, foram pauta de reunião na quarta-feira (27) no Sindicato dos Engenheiros.

O presidente Cezar Henrique Ferreira recebeu representantes do coletivo ATUA POA, grupo integrado por 81 entidades que reivindicam a realização de audiência pública, bem como a apresentação dos estudos urbano-ambientais necessários para a realização dos projetos, cujos parâmetros estão em desacordo com o Plano Diretor vigente na Capital.

Participaram da reunião Marcia Regina Godoy, representando a Associação Comunitária de Moradores e Amigos de Porto Alegre – Núcleo Menino Deus (ACOMAPA), Felisberto Seabra Luisi, conselheiro representante da região Centro no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA) de Porto Alegre e Amanda Cardoso, do coletivo ATUA POA.

Presentes também o diretor do SENGE-RS, Maércio de Almeida Flores Cruz, e a integrante do Conselho Técnico Consultivo do Sindicato, Nanci Begnini Giugno.

Os representantes da comunidade buscaram o apoio do SENGE a este movimento, demonstrando sua preocupação com os impactos que os megaempreendimentos podem trazer à cidade e a à população. Destacaram que, no caso da Avenida Borges de Medeiros, há uma série de especificidades, como a preservação de características arquitetônicas, impacto no tráfego e na infraestrutura local, além de ter sido uma das regiões mais afetadas pela enchente de maio, devido a falta de estrutura pluvial e falhas do sistema de proteção contra cheias na cidade.

Nesse sentido, os representantes do coletivo ATUA POA ressaltaram a constatação de irregularidades e questionamentos em relação ao projeto e ao cumprimento das normativas para esse tipo de empreendimento, questões que tem sido alvo de debates no âmbito do CMDUA.

O presidente do SENGE-RS destacou que, ainda que a entidade não ocupe assento no CMDUA, questões relativas à infraestrutura, meio ambiente e administração pública seguem sendo pauta de debates e mobilizações do Sindicato, que tem como um dos seus pilares de atuação a defesa do interesse público e da boa gestão sob a ótica da Engenharia e Arquitetura. “Mesmo diante da complexidade dessa questão e das divergências de interesses, defendemos que a Engenharia pode e deve prevalecer ao estabelecer normas e critérios capazes de beneficiar todos os aspectos do tecido social e econômico”, disse o presidente Cezar.