O cenário foi apresentado pelo engenheiro Guilherme Sari, que trouxe dados sobre o Sindicato das Empresas de Energia Eólica do RS, entidade fundada em 2011 e oficializada em 2016. Segundo Sari, o grande desafio do setor é atender a evolução no mercado de energia brasileiro em tão curto espaço de tempo, uma vez que a energia eólica só tem 12 anos de operação de fato. Além disso, as energias renováveis são um segmento que exige planejamento por serem fontes intermitentes.  

Sari apresentou projeções de crescimento das energias renováveis na matriz energética até 2021 e destacou a alta competividade da energia solar nos leilões, que retomou a trajetória de crescimento a partir de 2017.

Apresentando o mapa do Brasil, Sari mostrou o sistema interligado nacional com grande concentração na região Sudeste, retendo quase 80% da demanda nacional. Ressaltou a maior proximidade do RS deste centro, em relação ao Nordeste, o que pode ser positivo para o Estado considerando a proximidade da rede de transmissão e a redução das perdas nesse processo. Também falou sobre os custos de acionamento de outras fontes nos momentos de instabilidade da energia eólica: no Sul o sistema é suprido pela energia hidrelétrica, mais barata que as termoelétricas acionadas no Nordeste.

Como desafios para o crescimento da energia eólica, o engenheiro apontou a instabilidade do cenário político e econômico, a financiabilidade e atratividade de novos atores, a sustentabilidade da cadeia produtiva, a logística, a pesquisa e desenvolvimento, taxas e tributação, capacitação, entre outras questões.

Apresentou também o potencial eólico, especificamente do RS, detalhes de projetos em andamento e em licenciamento, e os benefícios que o desenvolvimento desta fonte geradora traz para o Estado, como o fortalecimento industrial, melhorias de infraestrutura local, baixo impacto, regularização fundiária, segurança e remuneração garantida, entre outros.

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Na sequência, a engenheira Marcela Sperb Moraes apresentou dados de pesquisa que estimam que as fontes renováveis estão predestinadas a se tornarem quase 50% da geração mundial até 2050. Na Europa, devem responder por 87% da matriz energética; nos EUA também deve haver aumento e a geração a carvão tende a desaparecer; a China é considerada o meio mercado de energias fotovoltaica e eólica e deve chegar a 46% da sua produção; em contrapartida, no Japão, o carvão ainda deve dominar a matriz pelos próximos 33 anos, mesmo com o crescimento das energias renováveis.

Segundo a palestrante, o Brasil é o segundo melhor país para se investir em energia, perdendo apenas para a China. É prevista a expansão das energias renováveis em 30% nos próximos 8 anos.

A engenheira também apontou modelos comerciais para destinação da energia de um empreendimento de geração, como ambiente de contratação livre em leilões e cessão de créditos.

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