Fonte: Revista Digital Pólo Agência de Desenvolvimento 12/02/2010
A Indústria em 2009. De acordo com os dados do IBGE, a produção física industrial brasileira retraiu 7,4% em 2009, a maior queda desde 1990 (contração de 8,9%). A queda da atividade industrial teve perfil generalizado, atingindo as duas classes da indústria, as quatro categorias de uso e vinte e três dos vinte e sete ramos pesquisados pelo IBGE, com destaque para as reduções verificadas na produção de máquinas e equipamentos (–18,5%), veículos automotores (–12,4%), metalurgia básica (–17,5%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (–25,5%).
O principal determinante para esse resultado foi crise global e seus efeitos sobre as expectativas dos empresários e sobre a demanda externa de manufaturados e de commodities minerais. Embora o impacto da crise na indústria tenha se concentrado no último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009, o setor ainda não se recuperou do “tombo”. A indústria de transformação encerrou o ano com queda de 7,3%, enquanto a indústria extrativa mineral acumulou decréscimo de 8,8%.
O colapso do investimento doméstico e das exportações de manufaturados e de commodities afetou mais duramente o setor produtor de bens de capital, cuja produção encolheu 17,4% no acumulado no ano. A reação desse setor no segundo semestre de 2009, quando assumiu a liderança do crescimento da indústria, não foi suficiente para neutralizar o forte impacto inicial.
O forte retrocesso das exportações também afetou o setor produtor de bens intermediários, que registrou a segunda maior queda (–8,5%) entre os setores da categoria de uso. Ademais, esse segmento, que é o de maior peso na estrutura industrial brasileira, sofreu o impacto negativo da retração da demanda doméstica por insumos industriais, decorrente, sobretudo, da desaceleração de atividades nos segmentos associados ao complexo automotivo.
Igualmente afetado pela retração da demanda externa, o segmento produtor de bens de consumo duráveis registrou queda de produção da ordem de 6,4% em 2009, a despeito de ser diretamente beneficiado pelas medidas de política anticíclica, notadamente a desoneração tributária para automóveis e eletrodomésticos de “linha branca” – que ajudou a sustentar o consumo das famílias.
Já o setor de bens semiduráveis e não-duráveis praticamente não foi afetado pela crise, já que o emprego e a massa de rendimentos reais da população foram preservados por políticas de renda. Certamente devido ao impacto da queda da exportação em alguns ramos de alimentos e pela retração doméstica da produção em segmentos como vestuário e têxtil, esse setor teve queda de 1,6% em 2009, bem abaixo da média global da indústria.
Na avaliação do IEDI, a política econômica anticíclica de estímulo à antecipação do consumo adotada pelo governo ajudou a economia brasileira a sair mais rapidamente da crise. No entanto, o sucesso cobra um preço. Se houve êxito em antecipar o consumo das famílias e se essa antecipação se deu majoritariamente em bens duráveis, cujo consumo foi incentivado por redução de impostos, isso desequilibrou, em alguma medida, os ciclos de produtos próprios a cada dos segmentos de bens duráveis. Em outras palavras, antecipar o consumo de geladeiras em 2009 – para dar um exemplo – poderá deprimir o crescimento do consumo desse bem em algum momento no futuro, provavelmente já neste ano.
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