27/06/2013

A manifestação do SENGE: Enfim uma luz no fim do túnel?

As manifestações ocorridas por todo o País nas últimas semanas e que levaram milhões de brasileiros às ruas, traduzem com clareza um recado da sociedade para os políticos, sejam eles gestores ou parlamentares: a Nação acordou e arregaçou suas mangas para a construção de um Brasil melhor.

Muito além da questão do preço das passagens de ônibus, cálculo, aliás, bastante nebuloso e injusto como comprovam as medidas de emergência adotadas por diversos municípios a partir da crise, a pauta dos protestos passou a abranger uma infinidade de temas que não cabem num mesmo cartaz. Impunidade, ética, serviços de má qualidade, gastos excessivos e o verdadeiro papel da classe política, passaram o ocupar o centro das discussões, numa demonstração inequívoca de maturidade democrática e da verdadeira participação popular.

Apesar dos excessos verificados tanto na repressão quanto por parte de grupos flagrantemente minoritários, ocorrências que, diga-se de passagem, se repetem por todo o planeta neste tipo de movimento, seja nos Estados Unidos, seja no Egito, por exemplo, não resta dúvida quanto à consistência das manifestações.

Como conviver ad eternum com ônibus lotados e tarifas acima dos R$ 3? Como aceitar as tentativas de limitação das atribuições do Ministério Público no combate à corrupção? Será mesmo que vale a pena a submissão do Supremo Tribunal Federal ao Congresso Nacional? E a multiplicação sem precedentes do aparelhamento da administração pública pela nomeação dos cargos de indicação política: até quando permaneceríamos indiferentes a tal deformação? E por que alguns temas hoje na pauta urgente do Senado e da Câmara Federal não foram apontados na campanha eleitoral a ponto de orientar o voto do cidadão naquela que é a oportunidade de manifestação direta da vontade popular? O valor das passagens do transporte coletivo é apenas a ponta visível do problema da mobilidade urbana. O tema serve bastante ao interminável proselitismo político e à demagogia barata, enquanto os investimentos necessários são inversamente proporcionais à lotação, ao desconforto, e à demora.

As respostas estão nas ruas. A cada nova passeata a sociedade brasileira manda um recado que precisa ser obrigatoriamente ouvido por todos. Atribuir a instalação do caos à manipulação promovida por setores da direita adormecida é um desrespeito. A demonização dos atuais partidos políticos não é culpa da sociedade, mas sim deles próprios, estejam à esquerda ou à direita, no poder ou na oposição. A promiscuidade da divisão e acomodação do poder através de negociatas, de grosseira politicagem e do crime como vimos no caso do Mensalão, é uma realidade para a qual o povo brasileiro quer colocar um definitivo ponto final.

Saudamos a mobilização popular, o papel da imprensa, das redes sociais e de cada um dos cidadãos mobilizados. Aparentemente os políticos, gestores e parlamentares, estão se dando conta de que há uma mudança de comportamento da sociedade que exige soluções para os reais problemas que ela enfrenta. Mostra disso é a atenção da Presidenta Dilma e a iniciativa de propor os cinco pactos, sem entrar no mérito dos mesmos ou, a rápida reversão da expectativa em relação à PEC 37 e a sua rejeição ocorrida no Congresso quase por unanimidade. Esperamos que não sejam apenas manobras para “acalmar os ânimos” e depois retornar à zona de conforto.

A sociedade deverá permanecer atenta e mobilizada cobrando uma mudança efetiva na forma de fazer política no Brasil. Isso passará obrigatoriamente por uma nova postura dos ocupantes de cargos públicos e de representação, sem mais espaço para negociatas e atuação em causa própria.

Trabalharemos juntos pela construção de um Brasil que já é outro a partir das últimas semanas. Caberá a todos a definição dos rumos. Não há mais espaço para oportunistas e aproveitadores. Será que os políticos e ocupantes de todas as instâncias de poder neste país entenderam ou querem que nós desenhamos?

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