31/07/2012

Além do curto prazo

A presidente Dilma Rousseff anunciou em Londres, onde acompanhou a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, a intenção de adotar novas medidas de estímulo à atividade econômica, mas que exigirá contrapartida em manutenção de empregos por parte dos segmentos beneficiados. A preocupação faz sentido e é importante que o poder público se preocupe em estimular áreas mais deprimidas do setor produtivo. Ainda assim, é mais do que hora de o governo federal deixar de se preocupar apenas com resultados imediatistas e localizados, buscando assegurar ganhos mais consistentes a médio e longo prazos. E esses dependem acima de tudo de reformas estruturais que o país não tem conseguido fazer avançar.

Assim como a adoção de incentivos setoriais, são importantes intenções como a anunciada agora prevendo uma redução de até 10% na conta de energia elétrica. Ainda assim, as chamadas medidas anticíclicas que, no início da crise global, em 2008, contribuíram para manter a economia com um nível razoável de aquecimento, hoje provocam cada vez menos impacto. E o tratamento tributário diferenciado contribuiu, desde o início, para acirrar animosidades entre diferentes segmentos da cadeia produtiva, que alegam condições desiguais para competir. Da mesma forma, o que o poder público faz ao extinguir encargos para reduzir a tarifa de energia elétrica é reconhecer que esse insumo vital para a indústria é visto pelo Tesouro acima de tudo como fonte de receita.

O país precisa mais do que redução de juros e incentivos setoriais e só poderá garantir crescimento sustentado se levar adiante reformas estruturais relegadas até agora. São justamente as mesmas que, por terem sido preteridas, o colocam hoje mais vulnerável aos efeitos do recrudescimento da crise global, com ênfase para as reformas previdenciária, para assegurar um mínimo de equilíbrio às contas públicas, e a tributária, visando principalmente a desonerar o setor produtivo de forma generalizada. Essas são questões que, para avançar, precisam de conscientização sobre a sua importância e da vontade política para levá-las adiante que, até hoje, não se mostrou suficiente.

Nos últimos anos, a impossibilidade de promover as reformas de fundo tem imposto um ônus elevado para os cidadãos, que se veem constantemente com o seu emprego e renda ameaçados. A indefinição acaba colocando em risco até mesmo a própria estabilidade, além de impedir a atividade produtiva de se manter num ciclo de desenvolvimento continuado. Esse é o momento de o país decidir, enquanto é tempo, se quer continuar apenas enfrentando questões de forma imediatista ou assegurar um futuro mais sólido e mais próspero para os brasileiros.

Editorial – Jornal Zero Hora
30 de julho de 2012

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