08/01/2010

Apagão portuário prejudica agronegócio

Por Andréa Margon
Portal PortoGente

A potencialidade do agronegócio brasileiro é grande, mas o “apagão portuário” pode condenar esse crescimento. A opinião é do consultor técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Luiz Antonio Fayet. Para ele, as áreas que vão receber investimentos do Plano Nacional de Logística de Transporte (PNLT), do Ministério dos Transportes, são corredores exportadores de produtos e importadores de insumos (principalmente, fertilizantes e combustíveis). “É um ciclo de expansão e consolidação”, disse ao PortoGente, em entrevista exclusiva, Luiz Antonio Fayet.

De acordo com Fayet, a CNA tem forte preocupação com a situação dos portos. “Essa é uma questão que não se resolve em 24h nem se coloca em operação, paulatinamente, como é o caso da rodovia que, a cada metro que eu construo, eu posso transitar. O porto é diferente. Estamos vivendo um “apagão portuário” para produtos do agronegócio”.

Fayet citou estudo da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), de dezembro último, que aponta que os produtores do Centro-Oeste gastam US$ 100/tonelada na somatória dos custos logísticos na exportação para Roterdã (Holanda), por exemplo. Já os produtores norte-americanos e argentinos desembolsam US$ 55. Nesse contexto, o Governo Federal contribui com subsídios da ordem de R$ 500 milhões/ano para o setor. “A cada milhão de toneladas que o agronegócio deixa de produzir (soja e milho) para exportação, deixa de gerar, no País, entre 15 mil e 18 mil empregos permanentes. Um país que precisa gerar 250 mil empregos/mês não pode enfrentar isso”.

O fluxo de exportações para Santos (SP), Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul (SC), critica, só existem por conta do “apagão portuário”. Fayet observa que se os portos de São Luiz (MA) e Porto Velho (RO) estivessem em condições de operação, o resultado das exportações do produto seria melhor, “nem encareceria o custo logístico do agronegócio que cria problema terrível que é a perda de renda do produtor rural”.

Convergência

Mas CNA e PNLT também têm pontos convergentes. Trata-se da questão de investimentos e o reconhecimento, por parte do Estado, do que Fayet chama de “apagão portuário”, como as limitações ao acesso marítimo e terrestre, a deficiência de retroáreas e berços e o modelo gerencial da Administração Portuária desatualizado. Esses pontos constam do relatório do PNLT e são considerados os responsáveis pelo alto custo do escoamento da produção agrícola para a exportação.

O PNLT criou vetores logísticos para programar ações voltadas para o desenvolvimento. Assim, traçou espaços territoriais levando em conta a dinâmica socioeconômica homogênea buscando produção, deslocamentos aos mercados internos/externo, interesses das sociedades atingidas, capacidades tecnológicas e gerenciais e problemas e restrições comuns.
Com isso, criou uma nova configuração espacial da economia brasileira que passa a chamar de vetores logísticos.

O relatório do PNLT faz um balanço dos investimentos, da ordem de R$ 290,8 bi, no modal de transporte. Neste caso as ferrovias deverão ficar com a maior fatia desse bolo (51,63%), seguindo a partilha estão o setor rodoviário (23,98%), o portuário (13,39%), o hidroviário (5,43%) e aeroportuário (4,48%). Para os vetores, os investimentos apontam que o Centro Sudeste se mantém na frente das atenções do Governo Federal.

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