01/11/2012

Apagões não são normais

Editorial – O Estado de S.Paulo

Ao reconhecer que a sequência de apagões que têm afetado o fornecimento de energia elétrica para diversas partes do País nas últimas semanas "não é normal" e "essas coincidências são menos ainda", o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, deu a primeira indicação de que, finalmente, algum membro do governo Dilma entendeu a extensão e a gravidade do problema.

Tendo a então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, prometido, durante a campanha eleitoral, que com ela no poder não haveria apagões, seu governo tentou minimizar as causas e os efeitos da recente e extensa série de interrupções do fornecimento de energia, que tem afetado a vida de milhões de brasileiros.

Espera-se que, afinal, ao reconhecer a existência do problema, o governo se tenha livrado da autocomplacência com que vinha lidando com a questão e adote medidas para evitar a repetição dos apagões com tanta frequência.

"Já é a terceira semana seguida que isso acontece e vamos tomar todas as providências para a análise do que ocorreu", prometeu Zimmermann, ao falar da mais recente interrupção: na madrugada de sexta-feira (26/10), a Região Nordeste e parte da Região Norte ficaram sem energia.

No apagão anterior, no início de outubro, o abastecimento de energia elétrica foi interrompido para parte das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, além dos Estados do Acre e de Rondônia.

Na ocasião, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que se tratara de um "apaguinho", pois a interrupção do fornecimento foi de curta duração, "só de meia hora". Para o ministro titular de Minas e Energia, Edison Lobão, a sequência de interrupções não passou de "mera coincidência".

Nem "normal", nem "apaguinho", nem "coincidência", diz agora o ministro interino, reconhecendo que o sistema elétrico brasileiro é um dos maiores do mundo, "muito seguro", mas que, com os seguidos cortes de fornecimento para extensas regiões, está ficando menos confiável. "Estas ocorrências têm sido registradas sempre com uma falha de equipamento e com a não atuação da primeira proteção, levando a eventos de grandes proporções", completou.

A não ser a um custo muito alto, que pode inviabilizar o projeto financeiramente, não há sistema de geração, transmissão e distribuição de energia totalmente imune a acidentes e falhas.

No entanto, a frequência com que o sistema nacional de transmissão – cuja operação é de responsabilidade do ONS – tem apresentado falhas, que atingem extensas áreas e prejudicam milhões de consumidores, indica problemas de manutenção ou de projeto.

De acordo com o ONS, o apagão de sexta-feira foi provocado por um curto-circuito no segundo circuito da linha de transmissão de Colinas, no Tocantins, a Imperatriz, no Maranhão.

Essa linha é parte do sistema interligado, que permite a transmissão de energia para praticamente todo o País.

Por causa do problema, a rede de transmissão para as Regiões Norte e Nordeste foi separada do restante do País, o que evitou que as Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste fossem afetadas. Quatro horas depois do acidente, 70% do fornecimento estava restabelecido.

Até agora, os apagões tinham como origem acidentes em equipamentos mais antigos, o que, como destacou o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-presidente da Eletrobrás (no governo Lula) Luiz Pinguelli Rosa, indica falhas de manutenção nas linhas e de previsão de ocorrências como determinantes.

O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, por sua vez, disse que faltam investimentos no setor, principalmente em manutenção de equipamentos.

Desta vez, porém, como observou o consultor da área de energia Eduardo Bernini, chama a atenção o fato de o problema ter ocorrido numa instalação nova. Assim, além da manutenção de equipamentos antigos, que exige investimentos que não produzem resultados visíveis para o público, pode estar surgindo outra dificuldade para o sistema de transmissão: a perda de qualidade dos equipamentos em razão da redução excessiva dos custos.

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