Ex-presidente da Assembleia, Vieira da Cunha apresentou contribuições para a mobilização em defesa das empresas públicas junto aos parlamentares e a sociedade. “É importante desmistificar o senso comum sobre a CEEE, que vem sendo reforçado por determinados veículos de imprensa e pelo desconhecimento das pessoas sobre a empresa, promovendo uma ampla mobilização conjunta das entidades visando conscientizar a população sobre os riscos de entregar o seu patrimônio à iniciativa privada estrangeira, que não tem compromisso com o desenvolvimento do Estado, e sim apenas com os próprios lucros” disse o ex-deputado. Vieira é autor da PEC 122, aprovada em novembro de 2002, que acrescentou um novo parágrafo ao artigo 22 da Constituição Estadual, propondo que futura alienação, transferência do controle acionário, cisão, incorporação, fusão ou extinção da CEEE, CRM e Sulgás, somente sejam realizadas e aprovadas após serem submetidas a plebiscito popular.

A união entre as entidades foi também manifestada pelo presidente do SENGE, Alexandre Wollmann, que ressaltou os debates realizados nessa segunda-feira (28) durante a audiência pública realizada pela Câmara dos Deputados no Sindicato (leia mais). “Temos que falar com a sociedade e mostrar o contraponto técnico sobre as empresas públicas, bem como a sua importância para o desenvolvimento do Estado e os anseios da sociedade”, alertou o dirigente.

“Por isso me coloco à disposição das entidades, porque não é uma luta corporativa, ela extrapola os limites de qualquer categoria. É uma visão de Estado e de quem o Estado deve servir”, afirmou Viera da Cunha.

Na oportunidade o vice-presidente do SENGE, Luiz Alberto Schreiner, apresentou o histórico de mobilização do Sindicato em defesa da renovação da concessão da CEEE e do quadro funcional da empresa, que vem sofrendo com os cortes realizados de forma intransigente e que acarretam em prejuízo às operações, à manutenção dos índices exigidos pela ANEEL e ao próprio equilibro econômico-financeiro da Companhia.

Na sequência a vice-presidente do SENERGISUL, Ana Maria Spadari, parabenizou o SENGE pela sua atuação estratégica nesse momento de dificuldades atravessado pelo Estado e pelas empresas públicas. Apresentou ainda informações sobre a atuação do SENERGISUL no interior do Estado e o debate que tem sido realizado nas localidades onde a CEEE presta serviços, destacando a importância de atuar junto às comunidades, associações e lideranças regionais no sentido de reforçar o compromisso da empresa com o desenvolvimento dos municípios enquanto braço do Governo do Estado, e assim buscar o apoio da população contra o eventual plebiscito sobre a privatização das empresas públicas.

O engenheiro João Leal Vivian,  do quadro da CIENTEC, manifestou a contrariedade da categoria à forma como foi apresentada a possibilidade de extinção da empresa. “Fomos pegos de surpresa. Pensávamos que haveria uma remodelação, pois cerca de 15 dias antes o presidente da CIENTEC integrou a comitiva do governador na Europa”, afirmou Vivian, reiterando a importância da empresa para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologias no Estado.

O trabalho realizado pela CORAG no plano social e educativo, assim como o seu equilíbrio econômico-financeiro que permitiu transferir cerca de R$ 10 milhões ao ano para o caixa único do Estado nos últimos cinco anos, foi apresentado pelo técnico da Companhia, Alexandre da Cunha.

Os motivos pelos quais o governo pretende vender empresas lucrativas que contribuem com o orçamento do Estado também foram criticados pelo representante da Sulgás, Neimar Blank. “É uma empresa enxuta, lucrativa e com projetos de expansão que serão revertidos em arrecadação. A quem interessa vender?”, questionou.

A engenheira Nanci Giugno, com atuação na Metroplan e diretora de Apoio e Qualificação do Sindicato, criticou também a intenção de extinguir o último órgão de planejamento urbano e regional do Estado. “A Metroplan tem um trabalho amplo de qualificar a expansão urbana, os planos diretores municipais, os planos de bacias hidrográficas, o transporte coletivo intermunicipal, entre outras tantas atividades que a população desconhece”, justificou Nanci.

O representante do Sindicato dos Mineiros de Candiota, Wagner Pinto, falou sobre o cenário vivido pela CRM, que passa por um desmonte, e as ações que vêm sendo desenvolvidas buscando apoio junto às comunidades onde a empresa está inserida.

Por sua vez, o contador Rodrigo Gomes Wallau, da CEEE, também destacou a capacidade técnica da empresa que vem alcançando patamares diferenciados. “Dizer que não temos capacidade de investimento é uma afronta técnica e desconhecimento da Companhia”, criticou.

Nos encaminhamentos finais da reunião, o vice-presidente do SENGE, José Luiz Azambuja, solicitou o apoio do ex-deputado Vieira da Cunha para abrir portas às entidades com o objetivo de levar informações e dados técnicos sobre as empresas públicas, e assim combater a desinformação disseminada por determinados veículos de comunicação e também buscar o apoio dos parlamentares à essa mobilização.

O diretor de Negociações Coletivas do SENGE, Tadeu Rodriguez, reiterou a fala do engenheiro Azambuja sobre a importância dos números apresentados pelos representantes das empresas e fundações públicas, e a necessidade de uma ampla campanha com as informações corretas sobre a situação do Estado e dos órgãos públicos.

Estavam presentes também o diretor de Negociações Coletivas adjunto,Diego Oliz, o diretor administrativo, Cesar Ferreira, o diretor administrativo adjunto, Nelso Portelinha, e o ex-presidente da CEEE, Gerson Carrion.