O governador José Ivo Sartori parece desconhecer as empresas que ele quer vender e o mercado em que elas atuam. Isso pode ser percebido pelas suas declarações nos veículos de comunicação ao longo desses sete meses, desde que ele encaminhou o pacote de modernização para a Assembleia Legislativa. Em seus pronunciamentos, ele tem induzido à população a pensar que as companhias não têm capacidade de investimento, apresentam graves problemas estruturais e gerenciais. O uso de argumentos e informações falaciosas por parte do governador faz com que a Associação dos Funcionários da Sulgás (Assulgás) reivindique o seu direito de resposta.
O governador parece estar vinculado a um passado onde “desenvolvimento e tecnologia” eram palavras apenas relacionados ao futuro, no imaginário de grande parte dos brasileiros. O mundo mudou, o Brasil mudou. As empresas mudaram e a gestão pública também. Essas companhias que ele chama de arcaicas e ineficientes não ficaram paradas no tempo. Desenvolveram-se graças ao esforço de profissionais que ele sequer conhece ou conheceu.
Ao dizer que a SULGÁS não tem capacidade de investimento, o Governador demonstra que não sabe, por exemplo, que ela é terceira distribuidora de gás natural do Brasil em número de cidades atendidas, superando inclusive empresas privadas. Ele desconhece que, em 2016, foi a terceira distribuidora que mais implantou redes canalizadas, ficando somente atrás de uma distribuidora de São Paulo e outra do Rio de Janeiro, estados onde o mercado de GN já está consolidado. Se fosse ineficiente, não teria sido escolhida pela revista Exame a terceira melhor empresa de energia do Brasil no ano passado e não alcançaria os resultados que obteve: mais de R$ 130 milhões de lucro líquido e R$ 37 milhões de ICMS pagos).
Atualmente a SULGÁS está presente em 40 municípios e nos principais pólos de desenvolvimento industrial do nosso Estado. Mais de 150 mil pessoas utilizam o GN no RS. A companhia gera milhões de ICMS por ano e sempre distribui dividendos a seus acionistas, recursos esses disponíveis para que o governo invista em áreas como saúde, educação, segurança em todos as cidades, incluindo as que não têm fornecimento de GN. E tudo isso sem precisar de aporte de seus acionistas, mantendo-se superavitária e atuando sempre de maneira responsável, a fim de garantir a sustentabilidade econômico-financeira dos seus negócios.
Certamente não é de conhecimento do Governador que, no início da constituição da SULGÁS, o Estado e a Petrobras Gás S.A. buscaram outro sócio privado. Porém, naquela época, nenhuma outra empresa quis participar sabendo que o retorno do investimento só viria 15 anos mais tarde, após a introdução do GN no território gaúcho pela Petrobras. Portanto, desde sua criação a SULGÁS vem pensando no futuro.
Agora que possui uma empresa estruturada, enxuta, com capacidade suficiente para atender a demanda atual e futura, altamente rentável, construída com o empenho de centenas de pessoas, é fácil conseguir comprador. A venda será um ótimo negócio para o novo acionista, mas será que é para o Estado?
No lugar de vender a SULGÁS e aumentar a dívida do RS com adesão ao plano de recuperação fiscal, o Governador deveria se preocupar em atrair novos investimentos para nosso território, como por exemplo, novas vias de suprimento de gás natural. Isso, sim, geraria mais ICMS para o Estado. O Governador Sartori não deveria responsabilizar a SULGÁS por um trabalho que é dele e de sua equipe. Independente de ser privada ou não, a SULGÁS é uma distribuidora que tem limites legais para atuar no mercado, do mesmo modo que outras empresas desse segmento também têm. O suprimento tem a ver com uma política de governo federal, com a política energética brasileira. Ele deveria se interessar por isso no lugar de querer a privatização das empresas e abrir mão dessas fontes de receita.
Temos gás, vontade e capacidade para investir. Trabalhar junto com a empresa e não contra ela, sim é pensar no futuro, sim é pensar estrategicamente. A energia é tão essencial na vida das pessoas quanto é a educação, saúde e segurança. Energia faz parte da infraestrutura do país. O próprio Governador admitiu, em seu último depoimento, que o Estado deve se preocupar com infraestrutura. Mas será que ele não sabe que energia é infraestrutura? Então, por que nas duas gestões passadas as três empresas que ele quer vender estavam na extinta pasta da Secretaria de Infraestrutura e Logística?
Energia é fundamental para o crescimento das regiões e, nós da ASSULGÁS, temos consciência disso, por isso vamos continuar lutando para que a SULGÁS continue a se fortalecer como companhia importante para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Nós nos importamos com o futuro!
*Autor: Neimar Blank, presidente da Associação dos Funcionários da Sulgás
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