Artigo da jornalista Stela Campos publicado no Valor Econômico reconhece que o problema está na falta de investimentos e no reduzido número de pesquisadores, não na estrutura das Universidades.
A falta de um ambiente qualificado para gerar talentos pode comprometer a formação da nova safra de profissionais brasileiros nos próximos anos. Não se trata, porém, de uma falha das universidades e escolas de negócios brasileiras, uma vez que o país reúne algumas das melhores instituições de ensino da América Latina. O que faz o Brasil perder pontos em relação a outros países da região é o número reduzido de pesquisadores e os baixos investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento.
Outro empecilho para que o país se torne um celeiro de talentos no futuro é a dificuldade para atrair estudantes de fora e contratar profissionais estrangeiros.
Esses dados fazem parte de um amplo estudo da consultoria Heidrick & Struggles, realizado em parceria com a empresa de pesquisa global Economist Intelligence Unit, que mapeou os talentos da América Latina. Embora tenha obtido a primeira colocação no ranking que mediu a qualidade do ensino nas universidades e escolas de negócios, na classificação geral o Brasil ficou na terceira posição, atrás do Chile e do México.
O estudo compara e classifica os países da região de acordo com a "reserva" de talentos disponível para os próximos cinco anos. Ele leva em conta aspectos como a demografia; qualidade do ensino obrigatório, das universidades e das escolas de negócios; o ambiente para desenvolver talentos; a mobilidade e abertura do mercado de trabalho local; além da capacidade de atrair investimentos diretos e profissionais de outros países.
"O talento é algo que começa a ficar escasso, por isso é importante entender como ele se movimenta", diz Manoel Rabello, presidente da Heidrick & Struggles no Brasil. Na América Latina, segundo ele, o trânsito desses profissionais entre os países da região ainda é pequeno e, no geral, fica a cargo da abertura de plantas das multinacionais latinas."É preciso lembrar que os talentos seguem o fluxo da riqueza e migram para lugares onde estão as melhores remunerações", diz. Nesse contexto, é importante entender, segundo ele, qual o poder de atração do Brasil nos próximos anos para profissionais brasileiros e estrangeiros.
Um dos itens principais do estudo que impedem o Brasil de liderar o ranking latino-americano de talentos é justamente o que mede a mobilidade e abertura do mercado de trabalho local. Nesse quesito, o país ficou no penúltimo lugar.
O baixo conhecimento de idiomas pesou nessa classificação ruim. "Aos poucos, estamos resolvendo essa questão com o crescimento do ensino a distância, mas hoje ela ainda é um problema", diz Rabello. A dificuldade para atrair talentos de fora é outro ponto fraco. O Brasil e a Colômbia são países muito fechados em relação à vinda de estrangeiros, por conta de impedimentos legais. O Chile está mais bem resolvido nesse sentido, explica.
O Brasil ficou para trás também no item que mede a capacidade para atrair investimentos estrangeiros diretos. Esse ranking leva em conta o estoque e o fluxo médio de aportes recebidos nos últimos cinco anos. "Eles são associados a bons ambientes de negócios, nos quais a qualidade da mão-de-obra local é um componente importante", explica o relatório. Geralmente, acompanham a adoção das melhores práticas de gestão internacionais, implementadas por gestores estrangeiros. "Ainda estamos caminhando nessa direção", diz Rabello. "A remuneração por mérito, por exemplo, está começando a chegar nas companhias públicas, mas ainda é rara nas empresas familiares menores", afirma.
O país se destaca no levantamento em relação à qualidade do ensino nas escolas de negócios e universidades. Ele aparece alinhado ao México e Argentina quanto à reputação das instituições de ensino, gastos com educação e quantidade de matrículas.
Segundo o estudo, no Brasil encontram-se 5 das 500 melhores universidades do mundo, e 4 escolas de negócios listadas entres as 100 melhores.
Junto com o México, está entre os países que mais gastam com ensino superior (em porcentagem do PIB per capita). Vale salientar que não está incluído nesta classificação o ensino obrigatório, no qual o país aparece bem pior posicionado.
Por: Stela Campos / Valor Econômico
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