O Brasil já ocupa o segundo lugar no ranking de países com mais empregos na área de energia renovável – e tem potencial para crescer ainda mais.
O emprego verde parece com qualquer outro. Mas a diferença que mal se enxerga é grande. São trabalhos que reduzem o impacto ambiental das atividades econômicas. E até mesmo uma metalúrgica pode estar cheia deles. Uma fábrica que produz estruturas para a instalação de painéis solares contratou 70 pessoas nos últimos dois meses – 20% do atual quadro de funcionários.
Em março deste ano ainda não tinha nada. Foi quando a fábrica se mudou para um novo endereço porque cresceu e precisava de espaço. Os 12 mil m² davam com folga. Mas, hoje, o galpão já ficou pequeno, foi coisa de meses. É que, no setor, o crescimento tem sido acelerado.
“A energia solar hoje é muito acessível, né? Qualquer pessoa que faça contas entende que vale a pena colocar no seu telhado a energia solar, tem todo um apelo social, todo um apelo ambiental. Então, tem muita gente indo por esse caminho, por essas razões”, diz Maurício Cunha, presidente da empresa.
Um estudo da Agência Internacional de Energia Renovável mostra que 10% dos empregos em energias renováveis no mundo estão no Brasil. Em 2021, eram quase 1,3 milhão de trabalhadores nas indústrias de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica. Só a China tinha mais gente nesses setores.
O supervisor de ferramentaria Paulo Bittencourt já tinha experiência em fábricas, mas nenhuma com geração de energia renovável. De volta à São Paulo depois de meses no Nordeste, encontrou no setor uma nova chance.
“O mercado está oferecendo muita oportunidade, né? Principalmente na área de apoio, toda a área produtiva, cadeia em si, as áreas de apoio precisam se expandir, que é o que eu vim fazer aqui também”, conta Paulo.
Uma organização alemã que trabalha em cooperação com o Brasil para o desenvolvimento sustentável projeta a criação de mais de 300 mil empregos só em energia solar fotovoltaica até 2030.
“Hoje, o mundo procura por segurança energética e segurança alimentar, e o Brasil tem um grande potencial para suprir essas necessidades. Daí casar a quantidade de investimento potencial que pode vir a receber ou também a capacitação e a geração de empregos nessa nova economia”, diz Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
O analista comercial João Victor Lima trocou de emprego há cinco meses. Formado em engenharia elétrica, ele está fazendo pós-graduação em energias renováveis. O que na faculdade parecia um futuro distante, já é realidade.
“Hoje em dia não tem como negar que temos diversos problemas ambientais em curso. Então, poder ser uma parte da mudança para um mundo sustentável é algo que sempre me brilhou os olhos. Então, eu fiz o meu movimento para conseguir ver o fruto do meu trabalho num mundo mais sustentável”, conta João Victor.
Fonte: Jornal Nacional
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