17/02/2023

CEITEC: uma política nacional em defesa da soberania tecnológica brasileira

É com grande expectativa que o Sindicato dos Engenheiros vem acompanhando as ações do governo federal visando a reversão do processo de desestatização e liquidação da CEITEC, empresa de fabricação de semicondutores com fábrica em Porto Alegre.

A CEITEC é a única empresa na América Latina capaz de desenvolver dispositivos da concepção à aplicação final, e conta com um quadro técnico altamente qualificado, com mestres, doutores e especialistas, e grande quantidade de patentes e designs de circuitos desenvolvidos.

Diante do atual contexto de transformações tecnológicas impactando praticamente todos os setores econômicos no mundo, com o desenvolvimento da Inteligência Artificial e “big data”, é urgente a consolidação de uma política pública nacional eficiente para o segmento de semicondutores, bem como a reestruturação da CEITEC e da sua capacidade produtiva.

Diante do seu potencial estratégico e da sua condição de patrimônio de inovação da sociedade brasileira, a CEITEC representa um marco na política nacional de Ciência e Tecnologia, bem como no ambiente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A sua extinção condenaria o país a seguir no atraso e da dependência de tecnologia importada, abrindo mão de ocupar um lugar de destaque no mercado de alto valor agregado, com óbvios reflexos negativos, a longo prazo, para a economia e para a soberania nacional.

É, portanto, fundamental o planejamento e criação de um ambiente favorável para a atuação da CEITEC, recuperando a sua capacidade produtiva, seu capital intelectual e preservando o seu protagonismo na fabricação de sensores, semicondutores e outros componentes tecnológicos.

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*Por Adão Villaverde (publicado no jornal Zero Hora em 14/02/23)

 

Em 2022, os EUA aprovaram instrumentos de políticas de Estado que fomentam a formação de recursos humanos e incentivam a indústria do país, com vultosos subsídios públicos em áreas como a de semicondutores e outras, ainda com a prioridade de comprar insumos dos fornecedores locais.

Conecta com isso recente fala de Biden ao Congresso: “Os EUA costumavam fabricar uma parcela significativa dos chips do mundo, hoje perdemos vantagem competitiva”, referindo-se à concentração de 87% da produção desses dispositivos nos países do Pacífico Leste e à crise mundial devido a sua escassez. Catalisadas que foram pela covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, principais fornecedoras de matéria-prima. Devemos evitar sempre dois extremos: de um lado, a transposição mecânica de modelos que podem não ter evidências materiais de desenvolver-se aqui. De outro, “o complexo de vira-lata”, como dizia Nelson Rodrigues, cuja decorrência é o aforismo que nos ronda eternamente. Deter conhecimento e habilidades na manufatura de semicondutores é ativo fundamental do ponto de vista industrial, comercial, geopolítico e de soberania científico-técnica e inovativa. Que associado à sua intensividade em PD&I, superiores aos setores tradicionais, dá a dimensão do ecossistema inovativo que o ambiente cria.

Logo, ganha legitimidade decisão do governo nacional de reavaliar a fábrica de chips Ceitec, localizada em Porto Alegre, que “institui grupo de trabalho interministerial com a finalidade de apresentar estudos para reverter a liquidação”, coordenado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação.

Fundamentalmente porque aqui existe capacidade instalada para produzir esses dispositivos, tendo amplo mercado nos chamados campos de utilização de tecnologias fabris maduras, mais robustas a falhas devido a efeitos de radiação. Sendo um equívoco basilar compará-las com as produzidas pelos grandes players mundiais, que fazem processadores e memórias no “estado da arte” (Intel, TSMC, Samsung…), que sequer disputariam os mercados com nossa empresa.

Daí a importância estratégica de o país retomar a possibilidade de mergulhar definitivamente neste seleto grupo mundial que domina e detém expertise na produção de semicondutores.

 

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