Nesta segunda-feira (12), a empresa Ecovix, contratada pela Petrobras para a construção do casco da Plataforma P-68 em Rio Grande, anunciou a demissão de 3,2 mil funcionários e que está em vias de pedir recuperação judicial. Apenas 200 trabalhadores seguiram atuando na manutenção da estrutura do estaleiro. Outros 300 continuam porque estão afastados. Trata-se da empresa com o maior volume de trabalho no polo naval, com mais de 50% dos trabalhadores que atuam em Rio Grande e São José do Norte.
O complexo de estaleiros ainda tem com a Petrobras o contrato para a construção de dois cascos que nem começaram a ser produzidos e soma uma dívida de R$ 6 bilhões com a petroleira, fornecedores e bancos. Um dos objetivos do pedido de recuperação judicial além de evitar a falência é segregar os ativos do grupo em uma nova companhia que será oferecida aos credores como forma de pagamento pela dívida. No futuro, se a reestruturação for bem-sucedida, os credores poderão vender os ativos para investidores ou operadores de estaleiros como os chineses.
No mesmo dia do anúncio das demissões, uma reunião na prefeitura de Rio Grande definiu as estratégias para a permanência da indústria naval na região Sul do Rio Grande do Sul e para que não ocorra redução do conteúdo nacional no setor. O prefeito Alexandre Lindenmeyer anunciou que serão agendados encontros com a secretaria-geral da Presidência da República, com o governo do Estado, com a bancada gaúcha na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, com o Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da Indústria Naval (Sinaval) e com representantes do Ministério de Minas e Energia. As lideranças da região entregarão um documento pedindo a manutenção do setor naval.
O grupo também irá pressionar o governo federal para que se mantenham nos estaleiros de Rio Grande e São José do Norte as construções dos cascos cujos contratos estão sendo rompidos pela Petrobras. Outra demanda é para que não ocorra redução do conteúdo nacional no setor, o que, segundo o grupo, “simboliza a ida de contratos para fora do país”. A intenção é que o governo Temer priorize novas licitações para contratos nos estaleiros da região.
A Ecovix foi criada em 2000 como braço de construção naval e offshore do grupo de engenharia Engevix, envolvida na Operação Lava-Jato. O nascimento da Ecovix foi garantido por encomenda da Petrobras para construção de oito cascos de navios plataforma, em contratos que somavam US$ 3,5 bilhões. A previsão era de que os cascos fossem entregues até 2016, o que não ocorreu. Segundo fontes, dos oito cascos, parte foi entregue, duas unidades tiveram a construção transferida para a China e até três unidades deverão ser canceladas pela Petrobras. Procurada pela reportagem do jornal Valor Econômico, a Petrobras não respondeu as perguntas.
A Ecovix também tinha em carteira a construção de três sondas de perfuração para a Sete Brasil, em contrato de US$ 2,4 bilhões, projeto que não foi adiante pelos problemas enfrentados pela Sete, que hoje está em recuperação judicial. Diante dos problemas, sócios japoneses da Ecovix, liderados pela Mitsubishi Heavy Industries, se retiraram da sociedade amargando prejuízo de US$ 300 milhões.
Com o pedido de recuperação judicial e as demissões, a Ecovix e seus estaleiros devem entrar em período de "hibernação".
Com informações dos jornais Valor Econômico e Correio do Povo.
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