12/09/2016

ELEIÇÕES 2016: DIRETORIA DO SENGE DISCUTE PAUTA MÍNIMA COM NELSON MARCHEZAN JR

“Muitos nichos ideológicos, partidários ou de interesses pessoais usam a estrutura pública para o próprio ganho, e a sociedade pode enfrentar isso. É preciso avançar, despartidarizar e atuar com transparência”, afirmou o candidato à Prefeitura de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr (PSDB), acompanhado do candidato a vice-prefeito, Gustavo Paim, durante encontro realizado nesta segunda-feira (12) com a diretoria do SENGE.

Esse foi o quarto encontro promovido pelo Sindicato com os candidatos às eleições para a Prefeitura de Porto Alegre, repetindo iniciativas realizadas também no pleito de 2012 e na eleição estadual de 2014, com o objetivo de apresentar a Pauta Mínima para as Administrações Municipais. O documento consolida o compromisso assumido pelo SENGE de contribuir com a boa gestão e profissionalização da administração pública. Foi apresentado ainda a edição “Cidades” do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros que pretende oferecer propostas para a boa gestão das localidades.

O presidente do SENGE, Alexandre Wollmann, abriu o encontro saudando a todos e reiterando a intenção do Sindicato em contribuir de forma técnica com as administrações municipais, visando exclusivamente o interesse público. Ressaltou também as iniciativas realizadas junto à Prefeitura de Porto Alegre, como a ação ajuizada pela destituição do diretor-geral do DEP em cumprimento à legislação municipal, que determina a ocupação do cargo por profissional com formação em Engenharia.

Na sequência, a diretora Nanci Giugno apresentou um alerta ao candidato sobre a situação do saneamento básico na Capital. Lembrando que semana passada o Sindicato sediou o lançamento da Semana da Água, a diretora criticou a falta de um plano de segurança para o abastecimento da cidade, os problemas nas ligações do esgotamento, a ameaça de proliferação da dengue e chicungunya, entre outras questões relevantes para a qualidade de vida e a saúde da população portoalegrense. Abordou ainda o necessário aperfeiçoamento e conscientização social sobre a coleta de resíduos na Capital.

O engenheiro Carlos André Bulhões Mendes, do Conselho Técnico Consultivo do Sindicato, complementou a abordagem, salientando que cada real investido em saneamento, representa quatro reais poupados em saúde pública. Afirmou ainda que é preciso pensar e avançar na gestão das bacias hidrográficas como uma unidade integrada ao território onde estão localizadas.

Sobre a aprovação de projetos e obras públicas, o diretor Fernando Martins Pereira da Silva salientou que houve algumas melhorias, porém alertou que ainda é preciso avançar no sentido de reduzir a morosidade, especialmente quando esta se relaciona a questões ideológicas em detrimento do conhecimento técnico e do planejamento.   

Complementando a questão, o diretor Sergio Brum apresentou dados sobre a redução do estoque de imóveis em Porto Alegre, situação que vem impactando economicamente a Capital devido a morosidade na liberação de novos empreendimentos. “As últimas gestões vêm transformando a prefeitura em uma máquina de recolhimento de impostos, a invés de buscar atrair novos negócios e investir na estrutura e nas equipes responsáveis pela tramitação e fiscalização de projetos. O município tem equipes técnicas de qualidade para executar as demandas da prefeitura. É preciso gestão efetiva dessas equipes e ocupação de cargos técnicos por profissionais habilitados a exercê-los”, afirmou.

Sobre a mobilidade urbana, o membro do Conselho Técnico, Mogli Veiga, ressaltou que Porto Alegre não pode ser planejada de forma isolada e nesse sentido é fundamental considerar a Região Metropolitana como um todo. “Os sistemas de transporte devem ser interligados, reproduzindo o dinamismo da população. Nas grandes cidades do mundo esse sistema é estatal, operado por entidade pública através de contrato de gestão.  É preciso encontrar uma solução para Porto Alegre”, afirmou o engenheiro.

O engenheiro Alexandre Rava de Campos, também membro do Conselho, citou o ranking criado pela Endeavor, organização de apoio ao empreendedorismo, que coloca Porto Alegre como uma das capitais com os maiores prazos para abertura de novos empreendimentos no Brasil. “Aqui demoramos 245 dias para abrir um novo negócio, enquanto que em Goiânia são 32 dias”, salientou. O engenheiro, porém, fez um alerta no sentido de que, em nome da agilidade na tramitação de projetos, não podemos colocar a segurança da população em risco. Destacou a recente flexibilização da Lei Kiss, aprovada pela Assembleia Legislativa, que traz o risco de repetir a tragédia ocorrida em Santa Maria.  

O diretor Cezar Ferreira falou sobre o potencial econômico e turístico da área rural de Porto Alegre, uma das raras capitais que mantém esse tipo de atividade dentro do seu território, salientando a oportunidade que vem sendo perdida pela gestão municipal na exploração desse nicho. “Foram planejados e implementados os ‘Caminhos Rurais’ na zona sul da cidade, porém a atividade turística na região precisa do apoio do Poder Público e esse pode ser um plano a ser incrementado visando oferecer oportunidades econômicas e de atração dos turistas que vêm a Porto Alegre”, afirmou o diretor.

O diretor Máercio Cruz falou sobre a necessidade de planos de carreira e instrumentos que preservem o conhecimento técnico dos servidores que se aposentam, e que levam consigo expertise de fundamental importância para a gestão.

Por fim, o diretor Márcio Gomes abordou a segurança pública e sua relação direta com investimentos em educação.

Ao final das manifestações dos diretores do SENGE, o candidato Marchezan Jr. comentou os pontos apresentados na Pauta Mínima, destacando as convergências com o seu programa de governo. Ressaltou como objetivos a reorganização, regulação e segurança jurídica para buscar objetividade nos processos e na implantação de novos empreendimentos. “O relacionamento da sociedade com a estrutura pública de Porto Alegre é difícil em todos os âmbitos, seja na abertura de novas empresas, na educação, ou na saúde. É preciso transparência, desburocratização e tecnologia da informação para alinhar as informações”, disse.

Em relação aos planos de carreira, o candidato entende que há a necessidade de isonomia entre as categorias e afirmou que pretende “combater privilégios, reorganizar a distribuição dos recursos e de vantagens entre os servidores públicos”. Disse ainda que não tem preconceito com a iniciativa privada, seja através de terceirização ou de contratação de consultorias, e que pretende utilizar destes artifícios se forem necessários ao aperfeiçoamento da gestão e de interesse público.

Por fim, o candidato a vice-prefeito, Gustavo Paim, reafirmou o entendimento sobre a importância do conhecimento para a ocupação de cargos e funções técnicas, e ressaltou a qualidade do debate realizado pelo SENGE. “Discutimos os principais problemas da cidade, sem corporativismo, e nisso vocês podem contar conosco”, encerrou Paim.

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