24/07/2020

Engenharia, inteligência artificial e tecnologias assistivas

Rosângela Ribeiro Gil / Oportunidades na Engenharia
Foto: Professor Leopoldo Yoshioka. Imagem captada de vídeo da Univesp. (Site SEESP)
 

"O papel da engenharia e as novas tecnologias serão fundamentais para suplantarmos a pandemia.” A observação é do professor Leopoldo Yoshioka, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e do Grupo de Eletrônica Automotiva e Mobilidade Inteligente da instituição. Para ele, a engenharia e as novas tecnologias têm muito a contribuir com o quadro criado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), principalmente no ambiente de saúde.

A crise atual, avalia, mostrou o quanto os profissionais de saúde da linha de frente estão desassistidos. “Muitos dos problemas que enfrentam, como os enormes riscos a que estão sujeitos, sejam enfermeiras, instrumentistas, fisioterapeutas, médicos, enfim todos que atuam no sistema de atendimento dos pacientes, colocam as suas vidas a prêmio para salvarem os pacientes”, preocupa-se. Os engenheiros, salienta, podem “contribuir imensamente para melhorar a segurança e o conforto desses profissionais por meio de tecnologias assistivas”.

Um exemplo, afirma ele, são as plataformas robóticas de transportes de exames de laboratório e medicamentos. “Os robôs que utilizam a inteligência artificial (IA) são capazes de auxiliar no transporte de diversos produtos hospitalares, de forma ágil e constante, reduzindo o contato dos profissionais de saúde com os pacientes, e reduzindo a sobrecarga e esforços repetitivos que costumam causar lesões (LER).”

Outra questão que o professor destaca nessa reflexão sobre o cenário pandêmico é “a necessidade de produção de 14 bilhões de doses de vacinas – duas doses para cada um dos habitantes da Terra – contra o coronavírus (Sars-CoV2), em um período de poucos meses”. Para a produção dessa dosagem, levando em conta a atual capacidade mundial de produção de vacinas, “seriam necessários vários anos para se chegar a essa quantidade”, argumenta. Fato que o leva a indicar a necessidade de desenvolver, projetar, construir e certificar “novas fábricas e novos processos de produção de vacinas”. Ele lembra que todo esse movimento se dará com as estruturas atuais de produção “que precisam continuar produzindo outras vacinas contra outros tipos de vírus e doenças como influenza, sarampo, febre amarela, dengue entre outras”.

O uso da IA tem sido relevante em muitas áreas da saúde, confirma Yoshioka. Ele relaciona algumas dessas intervenções: “Diagnósticos de exames por imagem; detecção de padrões de comportamento da propagação do vírus e doenças contagiosas; desenvolvimento de novos remédios, pois permite a construção de modelos matemáticos de milhões de combinação de substâncias diferentes, reduzindo o tempo e o custo de testes laboratoriais; técnicas de previsão de infartos e ataque de epilepsia por meio de dados coletados por sensores vestíveis (wearables). A lista de aplicações de IA é grande, e continua crescendo, pois há muitas pesquisas e desenvolvimento nessa área. Podemos dizer que a IA será uma das principais ferramentas de apoio ao diagnóstico e tratamento de doenças no futuro próximo.”

Machine learning: subárea da IA

O professor da Poli-USP ensina que uma subárea da inteligência artificial que se desenvolveu muito, nos últimos anos, foi a técnica conhecida como aprendizado de máquina (machine learning). “Essa técnica está mudando radicalmente o conceito de programação ou de software. Ao invés de dizermos o que uma máquina deve fazer, por meio de instruções, para executar uma determinada função, as máquinas estão adquirindo a capacidade de "aprender" através de dados de treinamento.”

Isso ocorre, explica, com uma quantidade suficiente de dados para fornecer, com isso, a máquina será capaz de aprender a executar a tarefa desejada. “Esse é um fato muitíssimo importante que todos engenheiros devem ter consciência”, aponta, acrescentando: “Uma máquina com essa capacidade de aprendizado será capaz de executar praticamente todas as atividades previsíveis que hoje são feitas por pessoas. Nesse sentido, o engenheiro deverá mudar o seu foco de resolução dos problemas, de questões cujas respostas são conhecidas, ou rotineiras, para aquelas que ainda não possuem soluções ou que dependem de criatividade, ou de sensibilidade humana.”

Leopoldo Yoshioka recorre à afirmação de diretor da Faculdade de Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês para Massachusetts Institute of Technology) para fazer uma recomendação de atenção aos profissionais da área: “Não serão os engenheiros que perderão lugar para a IA, mas aqueles engenheiros que não souberem usá-la certamente serão substituídos por aqueles que sabem.”

 

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