Uma nova gestão, o mesmo presidente. É desta forma que termina 2023 e inicia 2024 para o Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul. Eleito em novembro com mais de 91% dos votos dos associados, o engenheiro agrônomo Cezar Henrique Ferreira se manterá a frente por mais três anos de um dos sindicatos mais importantes do Estado, e sem dúvida, uma referência nacional para o movimento sindical.

Dando início ao seu segundo mandato nesta terça-feira (19), Cezar Henrique reitera as diretrizes que vêm orientando sua gestão, alicerçadas em um planejamento estratégico robusto e no olhar atento aos rumos e transformações do movimento sindical, do mercado de trabalho e da atuação dos profissionais engenheiros.

Nesta quinta-feira (21), ele concedeu entrevista à Newsletter Engenheiro Online os desafios e oportunidades que se apresentam neste segundo mandato. Confira a primeira parte da entrevista:

No Brasil, as relações de trabalho encontram-se em franca transformação. O SENGE-RS está preparado para enfrentar as mudanças? 

O SENGE vem se preparando há muito tempo para enfrentar essas mudanças. Estamos também em processo de adaptação e transformação, buscando estar cada vez mais próximos dos engenheiros e engenheiras para conhecer o perfil e as necessidades dos profissionais que estão neste novo mercado de trabalho, principalmente os mais jovens. Para isso, temos realizado uma série de pesquisas e análises, buscando o apoio de especialistas e promovendo alguns debates a respeito das transformações que vêm ocorrendo na Engenharia e nas relações de trabalho como um todo. Esse processo culmina no nosso Planejamento Estratégico, quando avaliamos o contexto e projetamos as ações necessárias para enfrentar essa nova realidade. Já concretizamos grandes avanços nesse sentido: renovamos 25% da gestão do Sindicato e ampliamos também em 25% a participação de mulheres na diretoria. Na diretoria executiva, de tempo integral, contamos com a engenheira Jéssica Moares, a diretora mais jovem integrante da atual gestão e que atua como profissional liberal, trazendo o olhar deste segmento para dentro do Sindicato, e somando às gerações mais experientes. Também faz parte deste projeto as ações de transformação digital em andamento, assim como as estratégias de Comunicação nas redes sociais, eventos, entre outras iniciativas.

Em que sentido o SENGE-RS pode ser referência àquela parcela do movimento sindical que não percebeu, não se conformou ou que não tem como reagir às mudanças?

Além das transformações e melhorias que citei anteriormente, é importante salientar que desde a gestão anterior estamos nos dedicando com afinco a analisar as transformações nos processos produtivos e as suas consequências no mercado de trabalho, especialmente em função dos impactos da Reforma Trabalhista que precarizou os empregos e atingiu os sindicatos. Há alguns anos estamos participando, e também promovendo debates sobre os rumos do movimento sindical, com entidades parceiras e com as Centrais Sindicais. Nesse período, contamos com um importante crescimento da participação dos membros de todas as instâncias da diretoria do SENGE na tomada de decisões, de forma transparente e democrática. Esse trabalho vem dando bons resultados e sendo referenciado não apenas no Estado, mas também no país. Entre os sindicatos filiados à Federação Nacional dos Engenheiros, o SENGE-RS é reconhecido como referência de gestão sindical, pelo significativo número de Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho celebrados, pela sua estrutura administrativa e financeira e ainda, pela qualidade dos benefícios e serviços ofertados aos seus mais de 17 mil sócios.

Também buscamos nos aproximar dos sindicatos de outras categorias, que reconhecem no SENGE-RS uma entidade referência, para propor parcerias e somar esforços em pautas comuns. Atualmente temos mais de 20 sindicatos parceiros, cujos sócios também usufruem da nossa plataforma de serviços na categoria Sócio Conveniado. Para o SENGE, esses são alguns indicadores que nos mostram que estamos no caminho certo.

Como tornar o Sindicato dos Engenheiros relevante para as novas gerações de profissionais?

É preciso estar disposto a conhecer e entender verdadeiramente os anseios dos profissionais que hoje estão no mercado de trabalho, tanto aqueles preenchem as ocupações formais, seja na iniciativa privada ou pública, quanto os que se lançam ao empreendedorismo e que hoje já representam cerca de 25% do nosso quadro social. Quem são essas pessoas e o que elas almejam para suas vidas pessoais e profissionais? A essa pergunta estamos nos dedicando a compreender e traduzir em benefícios mais atrativos, que representem e atendam efetivamente o mundo no qual eles atuam. Isso não significa deixar de lado a ação sindical, atividade primordial do Sindicato, mas sim trazer o SENGE para este novo cenário das relações de trabalho, reconhecendo e apoiando a diversidade de gerações, gêneros, etnias e orientações que compõem nossa sociedade e sermos de fato relevantes na vida dos profissionais que representamos.

Na próxima semana, seguimos com a segunda parte da entrevista do presidente Cezar, falando sobre os desafios institucionais do SENGE.