Em um evento emocionante na noite dessa quarta-feira (04), o SENGE-RS anunciou os vencedores do Prêmio SENGE-RS de Fotografia. Essa é a primeira edição do prêmio, cujo tema foi “Uma história de superação em fotos”. O concurso recebeu inscrições de fotógrafos profissionais, amadores e colaboradores do SENGE-RS, com imagens avaliadas por um júri de destaque, e também por votação popular.

Conheça os vencedores:

 

CATEGORIA PROFISSIONAL

 

Maria Eduarda Fortes
1º lugar

 

Na imagem, soldados e marinheiros descarregam suprimentos e colchões do Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico (A140), atracado na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. 

As doações são cuidadosamente levadas para terra firme, enquanto os militares trabalham de forma coordenada. O navio, imponente, simboliza a chegada de esperança e apoio essencial ao Estado. 

Esta operação marca o início do processo de reconstrução do Rio Grande do Sul, com os donativos representando o primeiro passo para reerguer as comunidades afetadas e restaurar um pouco de normalidade nas áreas devastadas pela enchente.

 

Laura Rolim da Silva
2º lugar

 

A foto foi registrada no dia 19 de agosto, no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, um dos locais mais afetados pela enchente de maio. Na data do registro, a região já havia completado três meses da tragédia. A rotina – modificada de forma abrupta – começava a se reorganizar novamente.
Mesmo assim, centenas de pessoas ainda precisavam encarar a dura realidade de quem perdeu tudo. No local da foto, que foi transformado em uma área de transbordo dos materiais recolhidos da enchente, moradores do bairro passaram a buscar roupas que haviam sido descartadas de forma irregular.
O aposentado Paulo Silva, 68 anos, e o neto Ismael, foram até o lixão a céu aberto para buscar alguns itens que ainda faziam falta no dia a dia da família. A cena – impactante – é um fragmento da tentativa de retomada da vida depois da tragédia. Apesar da dificuldade de recomeçar do zero, sem roupas e calçados, Paulo e Ismael representam a busca por dignidade e a força de uma comunidade que se recusa a desistir.

 

Jonathan Heckler
3º lugar

 

Faixa sobre um monte de entulhos em frente a uma residência do bairro Sarandi, em Porto Alegre, um dos mais atingidos e último a receber atendimento de equipes de limpeza e reconstrução.

 

CATEGORIA AMADOR

 Gabriel Renner
1º lugar

 

Um momento simbólico foi a implosão da antiga passarela que conectava a Rodoviária ao Centro. Foi criado um acesso emergencial para viabilizar a entrada de veículos de socorro. A passarela precisou ser removida para dar passagem aos caminhões mais altos.  
O registro que fiz, quando enfim retorno à capital, depois de 20 dias alojado na casa de amigos, captura a cena que parece um cenário de guerra. Escombros da passarela e a água acumulada junto à mancha nas paredes onde ela alcançou. 

Sobre as ruínas, um sujeito que parece não ter pra onde ir, sentimento que fica mais latente, pela inexistência do acesso. Este homem está ao celular, o local que antes era de conexão, agora, tornou-se ruptura. 

Com quem ele estava falando? O que estaria dizendo? Foi quando percebi que a cidade estava silenciosa, e o quanto era difícil encontrar palavras.

 

Jade Graver
2º lugar

 

A fotografia foi realizada no 4° Distrito de Porto Alegre, região muito afetada pelas enchentes de maio de 2024. 

O homem em frente à parede, marcada pela lama, representa a força silenciosa dos gaúchos. Ele se coloca em frente a essas marcas quase como se carregasse as cicatrizes do desastre em sua própria pele. Elas representam vestígios calmos de um evento catastrófico, que agora marcam o início de uma nova fase.

 

 

Luiza Vlasak
3º lugar

 

Cavalgada durante o início da cheia de maio de 24, na estrada Maria da Conceição Fraga, na zona rural de Nova Santa Rita, era necessária para que mantimentos e medicamentos fossem adquiridos na cidade. Era o único acesso possível: por cavalos e/ou tratores altos.

Cavalgamos por 12 horas entre subir e descer de volta à fazenda para reabastecer os moradores que lá estavam completamente ilhados.

Feito histórico das herdeiras mulheres da fazenda, já que até então, todas as antigas travessias, seja para a troca do gado para lugares mais altos, assim como para qualquer necessidade dos moradores da sede, eram feitas por capatazes homens. 

Grande feito que ficará eternizado na história de nossa geração, especialmente pela coragem e determinação feminina,  em uma travessia que sempre foi perigosa, mas necessária.

Agradeço pela oportunidade de registrar este momento de resiliência feminina, em um dos piores momentos da nossa história gaúcha, mas que através da coragem e força que nos é nata, foi possível marcarmos presença.

 

CATEGORIA ESPECIAL

Carolina Zeni
1º lugar

 

Resiliência em cada mancha – um jaleco sujo de lama, deixado para trás na Clínica da Família Navegantes – 100% SUS, em Porto Alegre. Em meio a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, ele é testemunha de sacrifício e esperança.
Mesmo durante a enchente histórica, o compromisso das equipes da Secretaria Municipal de Saúde nunca afundou. 

Este jaleco agora vira símbolo de dedicação e resiliência que ecoa a força do zelo em tempos de crise.
Porto Alegre, 30 de maio de 2024.

 

Ricardo Barreira Orling
2º lugar

Ponte da Cooperação
A imagem mostra a Ponte da Cooperação, no Rio Caí, entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul. De caráter provisório, foi construída com esforço conjunto das comunidades e municípios envolvidos, nas proximidades da antiga ponte sobre a BR-116, destruída pela enchente em maio de 2024.

 

 

Fernanda Porchetto Martins
3º lugar

 

Praia das Nereidas, em São Lourenço do Sul. 

Durante as enchentes, as águas da Laguna dos Patos interromperam algumas ruas da cidade. Houve o bloqueio total na Praia das Nereidas. Após o recuo das águas, foi constatada a existência de dunas formadas pela enchente. 

A presente fotografia reflete o trabalho da prefeitura municipal de São Lourenço do Sul na reconstrução da orla da praia. O barco na areia foi levado pelas águas, tornando-se  uma lembrança da enchente.

 

MENÇÃO HONROSA – JÚRI POPULAR

Andréia Kris

Após o recuo das águas do Lago Guaíba, os trabalhos de limpeza e reconstrução tiveram início em toda a cidade. 

A Casa de Cultura Mário Quintana foi severamente afetada, tendo a água atingindo quase dois metros, destruindo o mobiliário e danificando equipamentos dos espaços culturais.

A Travessa dos Cataventos contou com a competente parceria dos funcionários do DMLU que cuidaram da limpeza e higienização, para que a entidade pudesse retomar as suas atividades o mais rápido possível e continuar encantando os visitantes com sua maravilhosa arquitetura e agenda cultural.

 

 

Veja imagens da cerimônia de premiação e conheça os autores das imagens