Um levantamento sobre infraestrutura urbana do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem, mostrou que as cidades ainda têm muito trabalho pela frente em bem-estar da população. O Rio Grande do Sul ficou abaixo da média nacional nos seguintes itens: identificação das ruas, pavimentação, calçadas, existência de meio-fio/guia, esgoto a céu aberto e lixo acumulado nas ruas.

Foram estudadas as características do entorno dos domicílios do Censo 2010, com atenção para iluminação pública, pavimentação, acúmulo de lixo e outras particularidades locais. Para o professor do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Edson Mahfuz, os critérios constituem o mínimo para uma vida digna.

– São pré-requisitos para um país que quer figurar entre as principais economias do mundo – alerta.

O presidente da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), Mariovane Weiss, alega que os prefeitos atuam de acordo com suas possibilidades financeiras. Ou seja: precisam elencar prioridades.

– Muitas vezes não se pode abrir mão de pagar uma equipe de saúde da família para se investir em esgoto imediatamente – explica.

Na opinião de Weiss, as cidades menores têm dificuldades de investimentos. Sofrem com falta de recursos e baixa arrecadação. O argumento, porém, é posto à prova por Protásio Alves (veja à direita), 2 mil habitantes e primeiro em quatro dos 10 quesitos pesquisados pelo IBGE.

– É preciso aprender a administrar os escassos recursos – aconselha o prefeito José Maximino Spanhol.

Nas estatísticas da Capital, a preocupação maior ficou no quesito iluminação pública, que coloca Porto Alegre no 23º lugar entre as capitais, com 93,97% de cobertura. Conforme o secretário de Coordenação Política e Governança Local, Cezar Busatto, desde a pesquisa do IBGE a prefeitura investiu R$ 40,5 milhões em uma reforma de todo o sistema de iluminação.
Zero Hora