O vice-presidente José Luiz Azambuja proferiu palestra na manhã desta terça-feira (25) na 6ª edição do Seminário de Valorização do Trabalho e Vida promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Porto Alegre (STICC), que trata do tema “Trabalho na Construção Civil pós Operação Lava Jato”.
Convidado para a palestra de abertura, Azambuja abordou os reflexos das investigações e denúncias de corrupção na conjuntura econômica e social do País. De início, ressaltando a importância da abordagem proposta pelos organizadores do seminário e a gravidade da situação política, econômica e social brasileira, conclamou os presentes à reflexão sobre uma frase do ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, que dizia: “Dissolver a aliança profana entre os negócios corruptos e os políticos corruptos é a primeira tarefa do estadista”.
Ao destacar o trabalho realizado tanto pelo SENGE quanto pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e o papel das entidades sindicais no tocante à defesa do desenvolvimento, José Azambuja frisou que o tripé de sustentação do estado democrático é composto pela imprensa livre, pelos sindicatos e pelos partidos políticos. Por tanto, segundo ele, a orquestração ora em andamento da fragilização do movimento sindical a partir de reformas na legislação trabalhista e pelo fim da Contribuição Sindical, são manobras que atentam contra a própria democracia.
Salientou que o País enfrenta crises que se somam, todas sem precedentes. São elas a crise moral e ética, caraterizada pela corrupção generalizada e descrença nos partidos políticos como agentes da necessária transformação; a crise política, iniciada pela assimilação do impeachment da presidente Dilma por parte da sociedade mas que não significou, no entanto, carta branca a Temer e seus novos aliados realizarem reformas em profundidade como a Reforma da Previdência e Trabalhista; e por fim, a crise econômica que, em 3 anos reduziu o PIB em quase 8% e já engoliu mais de 13 milhões de empregos.
Azambuja destacou a importância do trabalho da Operação Lava Jato, que qualificou como “um marco contra a impunidade” por já contabilizar 179 pessoas acusadas de irregularidades e produzir até hoje 93 condenações, todas elas de personalidades nacionais como políticos, empresários, marqueteiros, entre outros. Além disso, o trabalho da Justiça Federal de Curitiba já recuperou nada menos do que R$ 3 bilhões para os cofres públicos, dinheiro comprovadamente desviado de contratos e outras operações fraudulentas contra o erário.
O vice-presidente do SENGE e diretor da FNE alertou no entanto, que a Lava Jato pode representar a inviabilidade do segmento de importantes obras a partir da punição das empresas envolvidas, sem contar com a ampliação dos números de desempregados que isso provoca. Defendeu que as investigações se concentrem “no titular do CPF e não do CNPJ”.
No caso da PETROBRÁS, Azambuja denuncia que se criou, espertamente, na população um “sentimento” de que a corrupção se deve ao tamanho e complexidade da empresa para justificar a nova política posta em prática pelo atual governo e que significa encolher a empresa e retirá-la da exploração do Pré-Sal, abrindo caminho à empresas de capital estrangeiro. “É preciso investir em mecanismos de governança e “compliance” para diminuir a corrupção”, frisou. Segundo ele, mudanças na política de conteúdo local reduziram a participação da indústria nacional no setor de óleo e gás, com reflexos em toda a cadeia produtiva que gira em torno deste setor, como no caso do Polo Naval de Rio Grande. Apenas no caso dos engenheiros, estima-se que sejam fechados entre cinco e 10 mil empregos altamente qualificados nos próximos meses em decorrência desta política “injustificável”.
Ao encerrar sua participação, José Azambuja conclamou os presentes a participarem da grande mobilização nacional marcada para a próxima sexta-feira contra a Reforma Previdenciária e contra a Reforma Trabalhista.
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