Estavam presentes também os diretores de Negociações Coletivas do Sindicato, Tadeu Rodriguez e Diego Oliz.

O ato teve como objetivo discutir a situação da Companhia Riograndense de Mineração, empresa pública fundamental para a segurança energética do Estado que lidera o setor de mineração de carvão operando com recursos próprios, e que corre o risco de ser privatizada. A Audiência foi presidida pelo deputado Adilson Troca e realizada através da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

Na oportunidade o presidente Wollmann ainda voltou a criticar a falta de transparência do Poder Executivo, que vem usando a crise financeira como justificativa para o desmonte da máquina pública e a entrega à iniciativa privada, o que não garante a sustentabilidade do Estado e a qualidade dos serviços prestados à população. Também apontou aos deputados presentes na mesa a responsabilidade do Poder Público em dar transparência aos dados referentes à arrecadação e combate à sonegação de impostos como o ICMS, que teve suas alíquotas recentemente ajustadas, bem como às informações dos programas de isenção fiscal INTEGRAR- RS e FUNDOPEM, que motivou a Ação Civil Pública ajuizada pelo Sindicato.

Por fim Wollmann voltou a afirmar que o SENGE está disposto a buscar soluções para as dificuldades, mas que não aceitará a entrega de empresas como a CRM, que são lucrativas e estratégicas para o desenvolvimento do Estado.

Durante a Audiência Pública, o deputado Luis Augusto Lara anunciou ainda a instalação da Frente Parlamentar Pela Manutenção e Fortalecimento da CRM na próxima quarta-feira (16), resultado do trabalho incansável do SENGE, do Sindicato dos Mineiros e representantes da região de Candiota. Em seu pronunciamento, Lara lamentou a política adotada pelos governos de desidratar as empresas que dão lucro para que elas possam ser vendidas posteriormente, citando a CRM como exemplo.

Ao final foi aberto espaço para a manifestação dos funcionários da CRM e demais presentes na Audiência Pública. Na oportunidade o engenheiro José Fernando Oliz, que está se aposentando após 35 anos na Companhia, sendo 31 atuando na Mina de Candiota, reiterou a capacidade da empresa em operar a mineração e ainda contribuir com a estabilidade energética e o desenvolvimento da sociedade gaúcha. “Entre os anos de 1996 e 2016, 10% da renda líquida da empresa era repassada aos cofres do Estado cumprindo contrato de gestão. Apenas entre 2011 e 2013, foram cerca de R$41 milhões, um dinheiro que pode ser revertido para a saúde, educação e para os serviços que a sociedade precisa. Em janeiro de 2013 fomos os responsáveis por manter o sistema elétrico estável no RS”, explicou.

“Parafraseando o hino do Rio Grande, precisamos ter o domínio do conhecimento e usá-lo bem para não nos tornarmos escravos. E nós temos esse conhecimento na CRM. Nós sabemos minerar aquela Mina de Candiota com eficiência operacional e financeira. Nós sabemos o que tem lá embaixo, são mais de 1 bilhão de toneladas que não pertencem ao governo nem à CRM, que pertencem ao povo gaúcho”, afirmou o engenheiro.

Estavam presentes na mesa os deputados Nelsinho Metalúrgico, Luiz Fernando Mainardi, Edegar Preto, Aloisio Classmann, Zilá Breitenbach, Pedro Ruas, representantes da Secretaria de Minas e Energia, da diretoria da CRM, do Sindicato dos Mineiros de Candiota.