A força da reconstrução do Rio Grande do Sul ganha destaque internacional durante a COP30, em Belém (PA), com a exposição das fotos vencedoras do 1º Prêmio SENGE-RS de Fotografia. As imagens estão expostas no espaço de arte do Amazon Climate Hub, iniciativa do Instituto Internacional Arayara, e podem ser visitadas até o fim da conferência.

A mostra reúne registros que contam histórias de coragem, resiliência e retomada após as enchentes de maio de 2024, levando ao público global o olhar sensível de fotógrafos profissionais, amadores e colaboradores do SENGE-RS.

A primeira edição do prêmio teve como tema “Uma história de superação em fotos”, e recebeu inscrições de diferentes regiões do Estado. As imagens foram avaliadas por um júri formado por especialistas como a jornalista Fernanda Zaffari, o publicitário Fernando Silveira, o fotojornalista Jefferson Botega, o artista plástico Luciano Martins e o fotógrafo Raul Krebs.

A seleção resultou em um conjunto de fotografias que documentam momentos decisivos da reconstrução, oferecendo um retrato humano e potente da solidariedade gaúcha.

Entre os destaques da Categoria Profissional, o 1º lugar ficou com Maria Eduarda Fortes, autora da imagem de soldados descarregando suprimentos do Navio-Aeródromo Atlântico, em Rio Grande, simbolizando esperança e organização em meio ao caos.

O 2º lugar foi para Laura Rolim da Silva, que registrou a busca de um avô e seu neto por pertences entre escombros em Novo Hamburgo, enquanto Jonathan Heckler, terceiro colocado, apresentou a devastação no bairro Sarandi, em Porto Alegre.

Na Categoria Amador, o 1º lugar foi conquistado por Gabriel Renner, com a fotografia da implosão de uma passarela em Porto Alegre, representando ruptura e recomeço. Jade Grawer ficou com o 2º lugar ao retratar a força silenciosa dos gaúchos na capital, e Luiza Vlasak recebeu o 3º lugar por sua imagem da coragem feminina durante uma travessia em Nova Santa Rita.

A Categoria Especial, dedicada a colaboradores e parceiros do SENGE-RS, premiou Carolina Zeni com o 1º lugar por captar um jaleco com as marcas da enchete, símbolo do esforço das equipes de saúde durante a tragédia. Ricardo Barreira Orling ficou em 2º lugar com o registro da construção da Ponte da Cooperação no Rio Caí, e Fernanda Porchetto Martins conquistou o 3º lugar com a reconstrução da orla da Praia das Nereidas, em São Lourenço do Sul. A Menção Honrosa do júri popular foi concedida a Andréia Kris, autora da imagem que retrata o trabalho de limpeza da Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre.

Para o presidente do SENGE-RS, Cezar Henrique Ferreira, levar a exposição para a COP30 reforça a missão do sindicato de defender a Engenharia, a memória e a reconstrução do estado.

“O Prêmio SENGE de Fotografia fortalece nossa identidade coletiva, valorizando o olhar de quem viveu a tragédia e participou da retomada. Estar na COP30 com essas imagens simboliza a importância da engenharia e da sociedade gaúcha no enfrentamento às mudanças climáticas”, afirmou.

Segundo John Fernando de Farias Wurdig, engenheiro ambiental e gerente de Transição Energética do Instituto Internacional Arayara e parceiro do Sindicato, relevância do prêmio para o debate climático global. “Essas fotos representam não apenas a destruição, mas a capacidade humana de reagir, reconstruir e aprender. Elas dialogam diretamente com o espírito da COP30, que é buscar soluções reais para um planeta em emergência climática”, salienta John, que viabilizou o envio da exposição para a COP30.

O Prêmio SENGE de Fotografia já se encontra em sua segunda edição, cujos vencedores foram anunciados na quarta-feira (12/11). O tema deste ano foi “A Engenharia está em tudo: veja, sinta, fotografe”, provocando o olhar do público para os impactos da Engenharia no dia a dia — nos espaços, nas soluções, nas paisagens e nas transformações que muitas vezes passam despercebidas, mas mudam a vida das pessoas.