Na manhã desta quarta-feira (03), o Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SENGE-RS) realizou, na Casa da Pampa da Expointer, um seminário que trouxe uma prévia dos debates que serão aprofundados no 28º Painéis da Engenharia, marcado para o dia 25 de setembro, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O tema central é um dos mais urgentes da atualidade: “Agricultura gaúcha no contexto das mudanças climáticas”, com a participação do engenheiro agrônomo Gervasio Paulus, da ASCAR/EMATER-RS e membro do Conselho Técnico Consultivo do Sindicato, e da engenheira química Andréia Loviani Silva, pesquisadora com trajetória na Embrapa Agrobiologia e atualmente vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
Estavam presentes os membros da diretoria do SENGE-RS, associados, representantes de entidades e do Poder Público.
A abertura foi conduzida pelo presidente do Sindicato, Cezar Henrique Ferreira, que destacou a importância da Expointer como vitrine do agronegócio gaúcho e o papel fundamental da engenharia no enfrentamento dos novos cenários climáticos.
Segundo ele, os eventos extremos que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos anos deixam evidente que a sociedade precisa de planejamento, ciência e tecnologia para conviver com uma realidade climática que já não é mais previsão, mas fato concreto.
“Estamos aqui para discutir os desafios da agricultura frente às mudanças climáticas, que são irreversíveis, mas que exigem inovação, tecnologia e políticas públicas para garantir sustentabilidade, produção de alimentos e bem-estar social. Não se trata apenas de uma pauta ambiental, mas de uma questão de sobrevivência econômica e social para o nosso Estado”, afirmou.
Cezar também ressaltou o compromisso do SENGE-RS em promover o diálogo entre diferentes setores e buscar soluções conjuntas:
“O SENGE tem procurado construir pontes entre pesquisadores, produtores, entidades de classe, poder público e sociedade civil. O futuro da agricultura depende da capacidade que tivermos de transformar conhecimento técnico em políticas públicas consistentes e em práticas sustentáveis aplicadas no campo. Estamos colocando a estrutura do Sindicato a serviço desse debate porque entendemos que o solo, a água e a produção de alimentos são patrimônios coletivos, que garantem soberania e qualidade de vida para as próximas gerações.”
O presidente ainda enfatizou que a engenharia deve ser vista como aliada estratégica da agricultura, seja no desenvolvimento de tecnologias para irrigação eficiente, controle de cheias, agricultura de precisão ou no fortalecimento da extensão rural.
“Precisamos encarar a crise climática como oportunidade de inovação. A engenharia é parte central dessa transformação e pode contribuir com soluções que unam produtividade, preservação e justiça social”, concluiu.
O engenheiro agrônomo Gervásio Paulo resgatou a trajetória das discussões internacionais sobre o aquecimento global, desde os relatórios do IPCC até os recentes alertas da ONU, ressaltando que o cenário atual já pode ser considerado de emergência climática.
Segundo ele, o Rio Grande do Sul é um território especialmente vulnerável, pois convive com extremos cada vez mais frequentes, como estiagens prolongadas, enchentes e tempestades severas. Esses eventos têm impacto direto sobre a agricultura, responsável por grande parte da economia gaúcha.
“Não podemos mais tratar o tema como mudanças climáticas, mas sim como emergência climática. Cabe à engenharia transformar problemas em soluções, buscando alternativas sustentáveis e inovadoras. Precisamos investir em manejo adequado do solo, em práticas de conservação da água, em bioinsumos e em modelos produtivos que sejam capazes de resistir a esses eventos extremos”, destacou.
Gervásio também reforçou a necessidade de integrar políticas públicas e fortalecer os Comitês de Bacias Hidrográficas como instâncias de planejamento, articulando agricultores, poder público, universidades e entidades de classe.
Ela destacou que a ciência brasileira já dispõe de tecnologias para mitigar esses impactos, como sistemas integrados de produção, manejo adequado de dejetos animais, uso de bioinsumos e recuperação de áreas degradadas.
“A Embrapa tem soluções técnicas consolidadas, mas o desafio está em fazer esse conhecimento chegar ao agricultor. É preciso maior articulação entre pesquisa, extensão rural e políticas públicas, de forma que o pequeno produtor também tenha acesso a tecnologias que aumentem sua resiliência frente às mudanças climáticas”, afirmou.
Andréia também ressaltou que as ações precisam considerar a realidade da agricultura familiar, responsável por grande parte da produção de alimentos básicos no Brasil. Para ela, somente com apoio técnico continuado e políticas públicas integradas será possível conciliar produtividade com conservação ambiental.
O seminário na Expointer serviu como aquecimento para o 28º Painéis da Engenharia, que o SENGE-RS promoverá no dia 25 de setembro, a partir das 14h, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.
O evento reunirá especialistas como o climatologista e glaciologista Francisco Eliseu Aquino (UFRGS), a pesquisadora da Embrapa Walkyria Bueno Scivittaro, a engenheira agrônoma Amanda Martins (UFRGS) e o engenheiro florestal Joe Valle, referência em agricultura regenerativa no Brasil. A mediação será conduzida por Gervásio Paulo.
As inscrições são gratuitas e já estão abertas.
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