O Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (SENGE-RS) promoveu nesta quinta-feira (08) o Seminário Internacional Movimento Sindical: Diálogos e Interações União Europeia, Espanha e Brasil, reunindo representantes de entidades e centrais sindicais para dialogar a respeito dos rumos do movimento sindical frente aos desafios do mundo do trabalho no Brasil, tendo como norte a experiência da Espanha na reversão da precarização trazida pela reforma trabalhista aprovada naquele país em 2012.

Na abertura do evento, o presidente do SENGE-RS, Cezar Henrique Ferreira, destacou a importância do protagonismo do movimento sindical na defesa dos direitos trabalhistas, da democracia e da justiça social. Segundo ele, o seminário, realizado no mês em que se celebra o Dia do Trabalhador, é um marco para reafirmar o compromisso inabalável com a dignidade de cada trabalhador e trabalhadora.

“A conjuntura atual exige uma análise profunda das transformações que moldam as relações de trabalho. A reforma trabalhista de 2017, vendida sob a promessa de modernização e geração de empregos, acabou promovendo flexibilizações excessivas, que precarizaram as condições laborais e aumentaram a insegurança jurídica, com impacto direto sobre milhões de brasileiros”, declarou Cezar.

Para o presidente do SENGE-RS, é urgente retomar o debate sobre a legislação trabalhista, buscando um modelo que equilibre a proteção dos direitos com o desenvolvimento econômico. Ele citou a experiência da Espanha como um exemplo de êxito, destacando a contrarreforma implementada em 2021 com forte participação sindical, que fortaleceu a negociação coletiva e contribuiu para resultados positivos na economia do país.

“O sindicalismo não é um entrave ao progresso. Pelo contrário, somos parceiros das empresas na construção de ambientes produtivos, justos e sustentáveis. Um sindicalismo propositivo é essencial à democracia e ao desenvolvimento”, enfatizou.

Cezar também abordou a necessidade de buscar novas formas de financiamento para garantir a autonomia e sustentabilidade das entidades sindicais. “Sem independência, não há como cumprir eficazmente nossa missão. Também precisamos reconstruir a imagem do sindicato perante a sociedade, mostrando sua importância na promoção da justiça social e na construção de um país mais igualitário”, afirmou.

Ao apresentar as ações do SENGE-RS, Ferreira ressaltou os investimentos em comunicação, qualificação profissional, benefícios aos associados, modernização da gestão e iniciativas sociais, como o SENGE Solidário, programa de voluntariado da entidade. “Nos reinventamos todos os dias para servir melhor nossos associados e a sociedade. Um sindicato só tem valor quando trabalha pelas pessoas”, concluiu.

O seminário contou ainda com a participação da representante da Confederación Sindical de Comisiones Obreras (CCOO) da Espanha, Cristina Faciaben, da desembargadora federal do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, Brígida Barcelos, e do consultor do Forum das Centrais Sindicais, Clemente Ganz Lúcio.

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