Na manhã esta quinta-feira (11) o Sindicato dos Engenheiros foi convocado como entidade representativa dos engenheiros do Grupo Equatorial a participar de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Presidida pela vereadora Cláudia Araújo (PSD),  a CPI investiga a atuação da CEEE Equatorial e o estado real estrutural do sistema elétrico de distribuição e fornecimento de energia elétrica na Capital.

O Sindicato foi representado pelo diretor Diego Mizette Oliz, que destacou que o processo de privatização da empresa foi deflagrado ainda no governo Sartori, anterior ao governo Leite, mas que os investimentos necessários nunca deixaram de ser feitos. “A CEEE-D foi a distribuidora que mais investiu no país no ciclo tarifário 2012 a 2016. Foram mais de R$ 2 bilhões investidos. Quando o processo de privatização foi iniciado ainda no governo Sartori, sendo concretizado no governo Leite, havia uma média de investimentos de R$ 130 a 140 milhões anuais, que sempre foi a média da empresa, e é o que a própria Equatorial relata que está fazendo hoje, mas não temos acesso a esses dados”, disse o diretor.

Oliz pontuou também o decréscimo considerável no quadro técnico da empresa em razão do Programa de Demissão Voluntária. “Além da necessidade de investimentos, é importante priorizar o acervo técnico dos colegas engenheiros que estão lá. Esse conhecimento deveria ser mais preservado. Em vez disso, foi feito um turn over, uma troca imediata e brusca, que resultou na saída de cerca de 80% do quadro técnico dos engenheiros em praticamente dois anos. Eram profissionais com mais de 11 anos de empresa, com um conhecimento técnico muito importante em um setor estratégico e essencial de atendimento à população, que é a energia elétrica”, apontou o diretor. Ele tambem falou a respeito dos déficits na rede, fora os eventos climáticos, e que Porto Alegre tem mais de 1 milhão de consumidores, o que demanda maior atenção por parte da empresa.

A CPI também busca esclarecimentos a respeito do cumprimento do cronograma de manutenção da rede e demais serviços e se os equipamentos implantados vêm seguindo critérios técnicos a fim de evitar danos à rede de esgoto cloacal e pluvial; a real composição do quadro de funcionários diretos e contratados da concessionária; o gerenciamento e relacionamento com o seu maior cliente, a cidade de Porto Alegre; o planejamento e a execução do plano de pronta resposta quanto ao religamento do sistema após a ocorrência de eventos climáticos; o planejamento e a execução do manejo arbóreo; o relacionamento da concessionária com seus clientes; e denúncias de cobranças irregulares e abusivas por parte da concessionária.

No encerramento da reunião, a relatora vereadora Comandante Nádia (PL) avisou que o calendário dos trabalhos da CPI sofrerá uma readequação, em função das novas oitivas aprovadas, e que as datas serão informadas posteriormente.

Fotos: Ederson Nunes/CMPA