O SENGE-RS sediou, nesta quinta-feira (28) o seminário nacional “A importância da recuperação do setor naval para a retomada do desenvolvimento e da soberania no Brasil”. O evento foi realizado pelos Sindicatos dos Engenheiros do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul, pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, pelo Clube de Engenharia, pelo Dieese e pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos.

A iniciativa deu início à programação de seminários que acontecerão nos dias 11 de agosto em Recife (PE) e 25 de agosto no Rio de Janeiro (RJ).

O presidente do SENGE-RS, Cezar Henrique Ferreira, deu as boas-vindas a todos, salientando o apoio da entidade ao fortalecimento do pólo naval em Rio Grande, pela sua importância para a economia regional, estadual e nacional, inclusive ofertando oportunidades de qualificação aos engenheiros deste segmento. “É fundamental que tenhamos compromisso com um projeto de desenvolvimento da nação e com o combate às políticas que levaram a indústria nacional a uma estagnação, e nisso está incluído o movimento em prol da retomada do setor naval em benefício do desenvolvimento e soberania do Brasil”, disse o presidente do Sindicato.

A abertura do seminário também contou com a presença do presidente do SENGE-RJ,  Olímpio Alves dos Santos, do secretário geral Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Clovis Nascimento, do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Rio Grande e São José do Norte (Stimmerg), Sadi Machado, da secretária geral da Confederação dos Técnicos e Trabalhadores Universitários da CUT (Confetu), Andrea dos Santos, e o representante do Sindicato dos Petroleiros do RS, Alex Frei.

O debate contou com a participação do vice-presidente executivo do Sindicato nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci, do ex-prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, e do vice-presidente do Stimmerg, Sadi Machado. A mediação ficou a cargo do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói-RJ (CNM-CUT).

Assista o seminário:

Encontros promovem debate sobre potencial de crescimento e modelo de desenvolvimento da indústria naval

O Brasil tem um litoral com milhares de quilômetros de extensão e possui, ainda, dezenas de milhares de quilômetros de rotas fluviais e lacustres. O potencial da utilização do transporte aquaviário num país com estas características e as demandas abertas pela descoberta do pré-sal, para citar algumas das principais atividades, chamam a atenção para a importância estratégica de se desenvolver uma indústria naval forte no país.

Essa indústria, que engloba os segmentos de construção, manutenção e reparação de embarcações, envolve uma longa e complexa cadeia produtiva, movimentam diversos outros ramos de atividade e tem potencial para gerar dezenas de milhares de empregos de boa qualidade, arrecadação tributária em escala considerável e ser um eixo de promoção do avanço científico e tecnológico no país.

O Brasil já deu mostras de que é capaz de aproveitar esse potencial. Desde a segunda metade dos anos 1950 até o início dos 1980, a indústria naval brasileira experimentou um intenso processo de crescimento, voltada à marinha mercante nacional, com acentuada participação do Estado brasileiro, responsável por criar um amplo conjunto de políticas endereçadas ao setor. Chegou a ocupar a segunda posição no ranking mundial, em fins dos anos 1970, atravessou uma profunda crise nas décadas de 1980 e 1990, para voltar a se expandir fortemente a partir de meados dos anos 2000.

Esse avanço se deu graças ao desenvolvimento da indústria de petróleo e gás e à decisão estratégica do Estado brasileiro de estimular novamente o desenvolvimento da indústria nacional. Em pouco mais de uma década, os empregos foram multiplicados, atingindo o pico de 71,6 mil em 2014, com a expansão e construção de estaleiros em várias Unidades da Federação. A partir desse mesmo ano, como consequência da operação Lava Jato e dos retrocessos ocorridos desde o golpe de 2016, a indústria naval passou por novo revés que levou ao fechamento de estaleiros e à perda de dezenas de milhares de postos de trabalho.

Neste ano de 2022, em que ocorrerão eleições decisivas para o futuro da democracia e soberania brasileiras, é necessário retomar o debate sobre o desenvolvimento nacional em seus diversos aspectos e sobre como diferentes setores da sociedade enxergam esse processo. O papel das entidades de trabalhadores e empresários, representativas de diversos setores da produção econômica, é dialogar com as forças políticas e propor caminhos para a retomada do crescimento, da geração de empregos e da redução da desigualdade social com melhora concreta da qualidade de vida da população.

É nesse contexto que estes seminários, organizados por um conjunto de entidades, reunirão representantes dos principais atores envolvidos no desenvolvimento da indústria naval nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. O objetivo é debater o cenário atual, o potencial de crescimento dessa indústria, sua importância para as economias dos estados e nacional, os principais aspectos que envolvem sua recuperação e qual deveria ser seu modelo de desenvolvimento nos dias de hoje.

Finalmente, como resultado dos encontros, pretende-se elaborar uma agenda com diretrizes para a retomada da indústria naval. Pretende-se, também, constituir um fórum que reúna os principais atores e entidades representativos do setor e atue no sentido de buscar o compromisso dos próximos governos com a formulação e implementação de políticas públicas que deem respostas àquela agenda.

PROGRAMAÇÃO DOS SEMINÁRIOS

11/08 || RECIFE-PE

Hora: das 09h às 12h

Local: Auditório do International Business Center (Av. Agamenon Magalhães, 2939 – Espinheiro, Recife-PE)

PROGRAMAÇÃO:

– Abertura: Presidente do SENGE-PE, Presidente do FISENGE-RJ, representante do SINDMETAL-PE.

Mesa de debate: Região Norte.

– Fabio Vasconcellos, engenheiro naval, presidente do SINCONAPA – Sindicato da Indústria de Construção Naval do Estado do Pará; diretor do Estaleiro Rio Maguari; vice-presidente Financeiro SINAVAL; vice-presidente da FIEPA – Federação das Indústrias do Estado do Pará

– Senador Paulo Rocha (PT-PA) – eleito 05 vezes a Deputado Federal-PT, pelo estado do Pará (1991; 1995; 1999; 2003; 2007). Foi presidente do STI Gráficos, Belém-PA (1983-1988); presidente da CUT-PA, Belém (1984-1990); diretor executivo da CUT-SP (1986-1990).

– Edivaldo Oliveira (por vídeo conferência) – representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Manaus e Estado do Amazonas.

– Edson Rocha, CNM-CUT / presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói-RJ – Mediador.

Hora: das 14h30 às 18h30

MESA DE DEBATE: Região Nordeste.

– Sérgio Bacci, vice-presidente Executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação ¬Naval e Offshore – Sinaval

– A confirmar representante do poder público.

– Henrique Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco- SINDMETAL-PE

– Edson Rocha, CNM-CUT / presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói-RJ – Mediador.

25/08 || RIO DE JANEIRO-RJ

Local: Clube de Engenharia (Av. Rio Branco, 124 / 25ª andar – Centro, Rio de Janeiro – RJ)

Hora: das 14h30 às 18h30

Abertura: Presidente do Clube de Engenharia, Presidente do SENGE-RJ, representantes dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis, candidato a governador do estado do RJ.

Mesa de debate:

– Sérgio Bacci, vice-presidente Executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação ¬Naval e Offshore – Sinaval

– Edson Rocha, CNM-CUT / presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói-RJ

– Olímpio Alves dos Santos, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro – Mediador

Fechamento: Sérgio Gabrielli, professor titular aposentado da UFBa, pesquisador do INEEP e ex-presidente da Petrobras (2005-2012).

Atividades presenciais, com transmissão ao vivo.

Inscrição gratuita.