30/12/2024

Tendências 2025: onde estará o foco dos engenheiros gaúchos no próximo ano?

A chegada de 2025 marca um momento crucial para os setores de Engenharia, Agronomia, Energia e Tecnologia. Em um mundo cada vez mais conectado e voltado à sustentabilidade, novas soluções e avanços dependem diretamente da atuação dos engenheiros, que desempenham um papel fundamental na transformação dessas tendências em realidade.

No Rio Grande do Sul, o cenário econômico de 2025 é marcado por um aquecimento inicial ainda decorrente do processo de reconstrução após as enchentes de maio de 2024. Essa reconstrução impulsionou investimentos em infraestrutura e sustentabilidade, abrindo novas oportunidades para os profissionais da engenharia, que estão na linha de frente desses projetos.

Este artigo apresenta as principais tendências nas áreas de Engenharia, Agronomia, Energia e Tecnologia que prometem impactar diretamente esses setores, oferecendo insights valiosos para profissionais que buscam se preparar para os desafios e oportunidades que estão por vir.

 

1. Sustentabilidade como Eixo Estruturante

A agenda de sustentabilidade segue como prioridade em todos os setores. Na Engenharia, observa-se um crescimento exponencial do uso de materiais sustentáveis, como concreto de baixo carbono, reaproveitamento de subprodutos industriais e compósitos bioinspirados, que, segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP), podem reduzir em até 30% as emissões de CO2 na construção civil. Na Agronomia, a agricultura regenerativa, que utiliza práticas como rotação de culturas e integração lavoura-pecuária-floresta, está ganhando espaço. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), essas técnicas podem aumentar a produtividade do solo em até 20% enquanto reduzem a degradação ambiental.

No Rio Grande do Sul, projetos de recuperação de áreas degradadas na região da Campanha têm promovido práticas de conservação do solo com impacto positivo na produção agrícola e preservação do meio ambiente. Além disso, iniciativas em energias renováveis, como os parques eólicos no litoral sul, reforçam a posição do estado como um exemplo de transição energética sustentável.

 

2. Digitalização e Conectividade Avançada

A transformação digital continua a acelerar. Tecnologias como o 5G e a Internet das Coisas (IoT) estão redefinindo processos em campos como a Engenharia, com aplicações que incluem monitoramento remoto de obras e análise em tempo real de estruturas. De acordo com o Gartner (empresa mundial de pesquisa e consultoria de TI), até 2025, 75% das empresas de engenharia deverão utilizar IoT em seus projetos, melhorando significativamente a eficiência e a segurança.

Na Agronomia, sensores conectados e drones estão otimizando o manejo agrícola, permitindo monitorar safras com precisão sem precedentes. Estudos da McKinsey apontam que a adoção de IoT na agricultura pode aumentar a produtividade em até 30% e reduzir o uso de insumos em 20%.

No Rio Grande do Sul, cooperativas agrícolas como a Cotrijal têm integrado tecnologias de IoT e drones para otimizar a gestão das propriedades, monitorando safras com alta precisão e reduzindo custos operacionais. Porto Alegre também é destaque na implementação de infraestrutura 5G, que promete revolucionar processos industriais e urbanos.

 

3. Inovações em Inteligência Artificial e Automação

A Inteligência Artificial (IA) segue como um motor de inovação. Na Engenharia, ferramentas como o BIM (Building Information Modeling) baseado em IA estão sendo usadas para prever falhas em estruturas e melhorar a eficiência de projetos, reduzindo até 20% dos custos, segundo o relatório da McKinsey & Company. Além disso, a utilização de sistemas de monitoramento automatizado em pontes e edifícios tem aumentado a segurança e prevenido desastres.

Na Agronomia, plataformas como Climate FieldView estão ajudando agricultores a otimizar suas colheitas por meio de análise preditiva do clima e do solo. Estudos apontam que essas soluções podem aumentar a produtividade em até 25% e reduzir desperdícios.

No setor agrícola do Rio Grande do Sul, plataformas como a Agrihub, iniciativa do TECNUPUC, vêm sendo utilizadas para análise preditiva em culturas de soja e arroz, garantindo maior eficiência produtiva. Na Tecnologia, startups gaúchas estão se destacando no desenvolvimento de robôs colaborativos que já são utilizados em linhas de montagem no setor automotivo da região.

 

4. Hidrogênio Verde: A Energia do Futuro

No centro das inovações energéticas está o hidrogênio verde, considerado uma das soluções mais promissoras para a descarbonização de setores industriais e de transporte. Investimentos globais em hidrogênio verde estão crescendo rapidamente, com a Alemanha destinando cerca de 9 bilhões de euros para o desenvolvimento da tecnologia até 2030 e o Japão estabelecendo metas ambiciosas para liderar a produção e distribuição no mercado asiático. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a participação do hidrogênio verde na matriz energética global pode crescer em até 20% nos próximos anos, especialmente com avanços na produção a partir de fontes renováveis como energia solar e eólica, essenciais para sua viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental.

No Rio Grande do Sul, o potencial para projetos de hidrogênio verde é significativo, especialmente em Santa Vitória do Palmar, devido à infraestrutura e capacidade de geração eólica. Durante o Painéis da Engenharia, a Secretária Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura destacou que o estado já realizou estudos técnicos que identificaram 10 municípios com capacidade produtiva variando entre 2,1 e 3,4 quilos de hidrogênio verde por hora. Além disso, há iniciativas como o Programa Avançar na Sustentabilidade, que investiu R$ 193 milhões para viabilizar a política estadual do hidrogênio verde, aprovada em 2023.

Outro ponto importante é a conexão do hidrogênio verde com cadeias econômicas locais. Projetos em fase inicial visam utilizar o hidrogênio na produção de fertilizantes, essenciais para a agroindústria gaúcha, e na mobilidade urbana, como ônibus movidos a esse combustível. Segundo a secretária Marjori Kaufman, “essa é uma oportunidade única para transformar a matriz energética do estado e gerar até 41 mil novos empregos diretos e indiretos nos próximos anos.”

5. Agricultura de Precisão e Biotecnologia

A adoção de tecnologias como drones, sensores inteligentes e sistemas de irrigação automatizada está transformando a forma como alimentos são produzidos. Estudos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) indicam que essas tecnologias podem aumentar a produtividade agrícola em até 30%, reduzindo simultaneamente o uso de insumos e o desperdício de água.

No Rio Grande do Sul, vinícolas da Serra Gaúcha utilizam sensores para monitoramento climático e drones para gerenciamento de plantações, consolidando a região como referência em agricultura de precisão. Além disso, a Embrapa Clima Temperado, com sede em Pelotas, lidera pesquisas em biotecnologia agrícola voltadas para o desenvolvimento de sementes adaptadas ao clima da região sul. Na região Central temos como destaque um esforço transversal entre academia, governo e indústria para o desenvolvimento de Bioinsumos, com o lançamento da redetec Bioinsumos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), visando a substituição gradual de fertilizantes, fungicidas químicos e agrotóxicos.

6. Infraestrutura Resiliente

A crescente frequência de desastres naturais, como as enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, destaca a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura resiliente. Projetos que priorizem a capacidade de resistir e se adaptar a eventos climáticos extremos serão uma prioridade para os engenheiros nos próximos anos.

No contexto gaúcho, iniciativas já estão em andamento para melhorar a infraestrutura urbana e rural, incluindo a modernização de sistemas de drenagem e construção de pontes mais resistentes. Estudos indicam que cada R$ 1 investido em infraestrutura resiliente pode economizar até R$ 6 em reparos futuros. Além disso, o Sindicato dos Engenheiros no RS (SENGE-RS) tem promovido debates sobre a aplicação de tecnologias avançadas, como sistemas de monitoramento automatizados, para prever falhas e mitigar danos em áreas de alto risco.

 

Impactos nos Profissionais

Essas tendências demandam que os engenheiros gaúchos dominem competências específicas, como gestão de projetos resilientes, análise de dados climáticos e uso de tecnologias digitais para prever e mitigar impactos. A capacitação nessa área não apenas atende às demandas emergentes, mas também fortalece o papel do profissional como agente de transformação no estado.

No Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Engenheiros do RS tem promovido cursos e eventos que abordam essas tendências, apoiando a capacitação dos profissionais locais para atender às demandas emergentes do mercado.

Se 2025 promete ser um ano de inovação e transformação nos setores de Engenharia, Agronomia, Energia e Tecnologia, ao acompanhar essas tendências e investir em capacitação, os profissionais estarão melhor preparados para contribuir com soluções que atendam às demandas de um mundo em constante evolução. O Sindicato dos Engenheiros do RS está comprometido em apoiar seus associados nesse processo, promovendo eventos e iniciativas voltadas para o desenvolvimento profissional.

 

FONTES:

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