O climatologista e professor da UFRGS Francisco Eliseu Aquino abriu a 28ª edição dos Painéis da Engenharia com uma palestra que reforçou a urgência de enfrentar os impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura.
Promovido pelo SENGE-RS, com patrocínio do CREA-RS, o evento ocorreu nesta quinta-feira (25) no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, e reuniu especialistas, engenheiros e pesquisadores para debater soluções e estratégias diante de um cenário climático cada vez mais instável.
Aquino destacou que o Rio Grande do Sul está em uma posição geográfica singular: entre a Amazônia – “a maior floresta tropical do planeta” – e a Antártica, que concentra 90% do gelo da Terra. Essa localização torna o estado particularmente vulnerável a extremos climáticos. “Todos os tipos de tempo meteorológico ocorrem aqui”, afirmou.
Segundo o pesquisador, o aquecimento global tem intensificado fenômenos como tempestades severas, estiagens prolongadas, ondas de calor e inundações, que afetam diretamente a produção agrícola. “Quando a atmosfera aquece, todos os eventos extremos se incrementam em intensidade e frequência”, alertou.
O climatologista lembrou episódios recentes, como as enchentes históricas de setembro de 2023 e maio de 2024 no Rio Grande do Sul, além da estiagem severa na Amazônia e queimadas no Pantanal, que ele classifica como efeitos diretos das mudanças climáticas. Também citou as inundações na Argentina em 2025, reforçando a dimensão regional da crise.
Outro ponto central da palestra foi a interação entre oceanos e atmosfera. Aquino explicou que os oceanos, responsáveis por armazenar a energia extra do aquecimento global, estão agora devolvendo esse calor para a atmosfera, intensificando eventos extremos. “Estamos correndo para um cenário de aumento de 2 °C na temperatura global. Cada décimo de grau a mais significa amplificação dos riscos de desastres”, disse.
A agricultura, segundo o especialista, já sente esses impactos. Há uma redução das chuvas de inverno, enquanto aumentam as precipitações intensas concentradas na primavera e no verão – um desequilíbrio que prejudica tanto o plantio quanto a colheita. Além disso, cresce a ocorrência de granizo e de ciclones extratropicais mais intensos na região sul.
Apesar do panorama preocupante, Aquino destacou o papel da ciência e da inovação tecnológica como aliados fundamentais para a adaptação. Ele apresentou iniciativas do Centro Polar e Climático da UFRGS, como o monitoramento contínuo da atmosfera e do gelo antártico por meio de módulos científicos desenvolvidos com tecnologia nacional.
O professor concluiu sua fala reforçando a necessidade de planejamento e sustentabilidade na agricultura:
“Precisamos combinar as melhores práticas e estratégias de manejo com governança ambiental. Só assim conseguiremos suavizar os impactos e garantir um futuro menos vulnerável para o setor agrícola e para a sociedade.”
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