Por Jonas da Silva
Assessoria da 67ª Soeaa
O painel “Discutindo uma agenda nacional: desafios, oportunidades e visão de futuro”, do segundo dia da 67ª Soeaa, na segunda-feira (23), expôs conhecimentos sobre os caminhos a percorrer e os cenários que esperam o mundo profissional para os próximos. A importância do painel foi demonstrada pelas cercas de 50 perguntas enviadas aos palestrantes, das quais 13 foram respondidas e, por absoluta falta de tempo, as demais serão respondidas por e-mail.
Em linhas gerais, os expositores sintetizaram a necessidade urgente de estudantes, dirigentes e profissionais, além do governo, terem uma nova postura frente ao momento de transformações do país. Essa leitura está associada à reformulação desde a educação básica à universitária, com qualidade. Só assim, segundo os painelistas, teremos capital humano aceitável para compor a massa crítica e de trabalho para acompanhar o ciclo de desenvolvimento em que o Brasil se encontra.
A educação é fator recorrente como forma de atingir novos patamares, assim como a maior participação dos profissionais nas instâncias de decisões e fóruns para a formulação de projetos e práticas coletivas. Neste caso, não se pode desconsiderar, avaliam painelistas, o hábito de planejamento necessário e a visão de longo prazo aos diferentes atores que compõem a cadeia das profissões do Sistema Confea/Crea.
Como recomenda Raul Grumbach, diretor da Brainstorming Assessoria, “o mundo está com transformações cada vez mais rápidas e aqueles que gerenciam seus negócios têm que estar atentos. Se não vislumbrarem essas mudanças, serão surpreendidos”.
O diretor do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Gilberto Moraes Selber, sugeriu a óbvia associação de metas e ideias que devem ter, por exemplo, as universidades e o mercado com seu conhecimento prático. “O órgão projeta o que representa a categoria profissional e ele deveria estar dentro das universidades, nas coordenações de curso”.
O presidente da Engevix Engenharia, Cristiano Kok, aponta a banalização de contratos de obras públicas que levam a resultados que penalizam a sociedade. “Você tem que ter bom projeto para ter boa obra, com baixo custo. Senão, vamos ter projeto barato, obra mal feita e de baixa qualidade e cara”.
As contribuições dos debates do painel são bases para a construção da agenda estratégica do sistema profissional para o período 2011 a 2022, ano do bicentenário da independência do Brasil.
A seguir, uma síntese dos expositores das mesas de debates. O conteúdo das palestras está disponível ao público a partir da terça-feira (24) no site www.soeaa.com.br
Gilberto Moraes Selber, diretor do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub)
O senhor expôs no painel a necessidade de investimento em pesquisa para que ela chegue ao cidadão comum. Como chegar a esse objetivo no Brasil?
R – Considerei as universidades brasileiras sob o ponto de vista da responsabilidade de disseminar o conhecimento. O homem comum não tem acesso ao que é desenvolvido na universidade. Por exemplo, há dificuldade do aumento do desenvolvimento agrícola porque custa muito chegar ao homem do campo as informações de pesquisa da academia. Isso tem que ser melhorado nas universidades brasileiras.
Como o senhor avalia o ensino universitário brasileiro?
R – O ensino está em evolução, a universidade está em franco desenvolvimento. Vejo que o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras reúne reitores de todas as universidades e temos várias células temáticas de discussão. Ao prospectar o Brasil daqui 10 anos ou 20 anos, temos que preparar profissionais para a revolução fantástica de investimento em infraestrutura. E a universidade tem como responder à demanda.
Qual o papel que o Sistema Confea/Crea pode ter na melhoria dos cursos universitários?
R – Hoje há uma grande dicotomia entre o sistema profissional e a sociedade. O órgão projeta o que representa a categoria profissional e ele deveria estar dentro das universidades, nas coordenações de curso, e tem como melhorar a qualidade da formação dos estudantes.
Raul Grumbach, diretor da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informática
Qual é o papel dos cenários prospectivos na construção de uma agenda nacional e de uma visão futuro?
R – Não são adivinhações, são estudos e têm importância para a tomada de decisão. Eles mostram que o mundo está com transformações cada vez mais rápidas e que aqueles que gerenciam seus negócios têm que estar atentos. Porque se não vislumbrarem essas mudanças, eles serão surpreendidos. É necessário eles terem ferramentas tecnológicas para poder acompanhar o cenário mais provável de ocorrer.
O Brasil viveu o cenário agroexportador na passagem do século XVII para XIX e foi uma tragédia. Será isso que veremos na década 2011 a 2022?
R – O Brasil é visto como uma fazenda do mundo, que vai alimentar a todos. A Índia como o escritório do mundo e a China como a indústria do mundo, a fábrica. No cenário 2011 a 2022 teríamos crescimento e mais problemas sociais. Teríamos o índice de criminalidade que continuaria e desertificação no Nordeste, no interior do Piauí. E a desorganização das cidades. Então, tem que ser avaliado porque as coisas ocorrem dessa maneira, algo como muito dinheiro para poucos. Esse cenário demonstra que temos que investir muito na questão social. Bem, alguns critérios norteiam minha idéia. O primeiro, educação; o segundo, educação. Como disse o senhor Cristiano Kok, uma criança tem que saber interpretar um texto e fazer as operações matemáticas básicas.
Qual o papel dos profissionais do Sistema e da Engenharia no futuro do Brasil país?
R – O engenheiro é o mais representativo na administração das empresas do que o próprio administrador e gestor da empresa. E o projeto de desenvolvimento de Estado, o momento que o Brasil vive, abre a possibilidade de na década de 2020 a 2030 sermos o país do futuro que sempre ouvimos falar. Vamos ter um bônus demográfico, ou seja, vamos ter mais pessoas como grande massa para trabalhar.
Cristiano Kok, presidente da Engevix Engenharia
Por que é tão importante o desafio de o Brasil investir no ensino básico e qual o efeito disso para o país?
R – O ensino básico é o que dá a formatação do futuro. Se você faz isso, você tem o investimento de que os alunos que entram na universidade sejam bons.
O senhor defende a reformulação do Sistema Confea/Crea? Qual será esse novo papel?
R – Eu defendo que o sistema deva ser menos burocrático e que auxilie na gestão da engenharia do Brasil. Os conselhos e entidades têm que cuidar para que profissionais habilitados estejam atuando de forma adequada, com o trabalho da gestão da qualidade.
Qual é o maior desafio que a engenharia tem hoje no Brasil?
R – É fazer face à demanda crescente dos serviços de engenharia. A empresa pega o estagiário e transforma em profissional. Então, o processo de formar profissional em tempo curto de prazo é um desafio. E a engenharia intelectual, a de projetos, não pode ser contratada pelo menor preço. Você tem que ter bom projeto para ter boa obra, com baixo custo. Senão, vamos ter projeto barato, obra mal feita e de baixa qualidade e cara.
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