Por José Luiz Azambuja – Zero Hora 13/01/2010
A sociedade brasileira assistiu nesta virada de ano alguns episódios lamentáveis de mortes e destruição resultantes do embate entre as chamadas forças da natureza e a irresponsabilidade geral da nação. Os acontecimentos de Angra dos Reis reproduziram sem cortes e truques de edição, o que vem ocorrendo de maneira sistemática nos morros do Rio de Janeiro a cada enxurrada. O Vale do Itajaí em Santa Catarina também sofreu há pouco as conseqüências da urbanização desenfreada de áreas tecnicamente impróprias para qualquer tipo de ocupação humana.
Por todo o País multiplicam-se exemplos semelhantes. O drama das famílias e o desempenho das equipes de resgate acabam ocupando os espaços midiáticos até que ocorra nova tragédia, para que tudo recomece. Aqui mesmo no Rio Grande do Sul, onde as cheias dos rios são até mesmo previsíveis, pouco está sendo feito em matéria de prevenção, enquanto que em matéria de solidariedade e ações de defesa civil, somos exemplares.
A calamidade crônica carrega consigo um punhado de perguntas da mesma forma recorrentes. O que poderia ter sido feito? Por que não foi feito? De quem é a culpa? Creditar responsabilidades apenas ao desequilíbrio ambiental parece ser uma boa desculpa para a falta de ação do Poder Público exatamente naquilo que lhe é obrigação. Aliás, a incapacidade das autoridades em exercer fiscalização talvez seja um dos maiores entraves ao desenvolvimento sustentável, já que oferece a brecha para todo tipo de oportunismo.
O caso das estradas, por exemplo: os excessos de velocidade e abusos de toda ordem, ocorrem em proporção inversa à qualidade de conservação dos trechos e do policiamento ostensivo. Já a urbanização irregular que afeta todas as grandes cidades brasileiras é emblemática, pois enquanto restrito às favelas, seu componente social que a justifica é quase imbatível. No entanto, a construção de pousadas e outros estabelecimentos comerciais, além de mansões, e toda a infraestrutura de serviços públicos em áreas de preservação ambiental permanente, como Ilha Grande, por exemplo, só são explicadas pela complacência, incapacidade, inoperância e irresponsabilidade de quem governa e dos seus agentes.
A ocupação de importantes áreas do Parque Estadual do Delta do Jacuí, nosso exemplo caseiro, encontra-se muito longe de uma explicação, e praticamente ausente das pautas ambientais. Talvez porque próximas das antigas palafitas dos pescadores, estejam algumas das mais requintadas residências de toda a região metropolitana de Porto Alegre. Não precisa ser gênio para perceber a origem do mal.
É necessário que todos se conscientizem em relação aos riscos da inobservância de critérios técnicos para ocupação de determinadas áreas. A natureza cobra seu preço independentemente da posição de cada um na escala social, e, embora os mais abastados consigam remediar com certa facilidade eventuais prejuízos materiais, a morte é irremediável.
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