Ainda no século 19, em 1898, inicia-se o curso de Agronomia junto à antiga Escola de Engenharia de Porto Alegre (posteriormente integrada à Universidade de Porto Alegre, nome originário da UFRGS). No dia 9 de julho, a partir das 17h, a Faculdade de Agronomia (Fagro) realiza evento online para marcar os 123 anos desse início, com live no Canal da Faculdade de Agronomia no YouTube, sem necessidade de inscrição prévia.

No evento, haverá depoimento do ex-ministro da Agricultura, empresário e egresso da Faculdade de Agronomia Luiz Fernando Cirne Lima. O convidado graduou-se como engenheiro agrônomo em 1944 na UFRGS, onde depois se tornou professor da disciplina de Zootecnia. Haverá falas do diretor da Unidade, Carlos Alberto Bissani, e do reitor Carlos André Bulhões Mendes.

Na sequência, o professor Flávio Anastácio de Oliveira Camargo realizará a palestra Estórias e histórias na estrada do Mato Grosso Km 9, destacando imagens e fatos coletados em sua pesquisa a respeito dos primórdios da instituição. O docente organiza um livro a ser lançado por ocasião dos 125 anos da Faculdade de Agronomia, para o qual está coletando depoimentos de ex-alunos, professores e técnicos administrativos aposentados. Link direto do evento: https://www.youtube.com/watch?v=N6nNDn9AvXs.

Recentemente, descobriu-se a ata que registrava o dia da criação da Faculdade – 9 de julho de 1898 – corrigindo um equívoco histórico, pois até então se tinha registro da fundação em 1899. Durante a live, serão lançadas as atividades comemorativas dos 125 Anos, com lançamento do concurso para criação do selo alusivo ao aniversário.

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Desafios da Faculdade

De acordo com o vice-diretor Paulo Vitor de Souza, o evento online também deverá servir para mobilizar os egressos em torno da preparação para as festividades pelos 125 anos da instituição – uma das mais antigas e destacadas do Brasil. “A Agronomia tem muita importância pela formação de milhares de engenheiros agrônomos e zootecnistas e pelos seus mais de 50 anos dedicados à pós-graduação e à pesquisa, o que a coloca entre as três melhores faculdades dessa área no país”, pontua.

Sobre os desafios impostos pela pandemia, Paulo Vitor destaca o prejuízo às atividades práticas: “Este ano e meio de crise sanitária e econômica logicamente nos abalou e tem prejudicado bastante nossa atuação, mas temos usado todas as ferramentas possíveis para reduzir ao máximo o prejuízo de quem não está podendo fazer atividade presenciais. Chegamos a combinar com os formandos que, no momento em que for viável, faremos aulas extras práticas nos finais de semana”.

Segundo ele, ao longo desses anos todos, a Agronomia construiu um bom cartaz na comunidade, porque seu corpo docente e de técnicos administrativos tradicionalmente atua nas diversas esferas da extensão. “Agora mesmo, estamos oferecendo um curso online de pomar doméstico em parceria com a Associação de Engenheiros Agrônomos de Porto Alegre. É uma atividade direcionada a pessoas que tenham sítios, chácaras ou mesmo um fundo de quintal onde desejem cultivar frutíferas. As pessoas, quando descobrem nossos cursos, sempre dizem: ‘Mas como eu não fiquei sabendo disso antes’? Então, entendo que um dos principais problemas que temos de enfrentar é a divulgação”, observa.
 

História

Consta dos registros da antiga Escola de Engenharia de Porto Alegre a criação de um curso de Agronomia em 9 de julho de 1898. O denominado Curso Provisório de Agrônomos, vinculado à Escola de Engenharia, só começou a funcionar em 1900, no local chamado Chácara das Bananeiras, com duração de três anos, e formou a primeira turma, de dois agrônomos, em 1902. O curso só funcionou efetivamente a partir de 1909, quando obteve o decreto de reconhecimento, já vinculado ao recém-criado Instituto de Agronomia.

Em 1910, foi criado o Instituto de Agronomia e Veterinária – estrutura autônoma ligada à Escola de Engenharia – e iniciada a construção do atual prédio-sede da escola, concluído em 1913, na então Estrada do Mato Grosso, atual Avenida Bento Gonçalves. Esse prédio (foto), integrante do patrimônio histórico da UFRGS, foi totalmente restaurado entre 2003 e 2009. Em 1911, o curso foi reiniciado, e a primeira turma graduou-se em 1914, com quatro formandos. Entre 1917 e 1934, a Unidade foi chamada de Instituto Borges de Medeiros. Quando passou a fazer parte da Universidade de Porto Alegre, foi denominada Escola de Agronomia e Veterinária.

A partir de 1959, a Unidade passa a se chamar Faculdade de Agronomia e Veterinária. E, em 1961, a Faculdade passou a ter como seu órgão auxiliar a atual Estação Experimental Agronômica, localizada em Eldorado do Sul. Em 1965, foi iniciado o Programa de Pós-Graduação em Agronomia, em nível de mestrado, nas áreas de concentração Fitotecnia, Solos e Zootecnia, com oferta de doutorado a partir de 1987. Em 1999, o Programa foi desmembrado nos atuais PPGs Ciência do Solo, Fitotecnia e Zootecnia. Atualmente, a Fagro sedia também o Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios e o PPG Agronegócios, com participação de várias unidades acadêmicas da UFRGS.

No ano de 1970, o curso de Veterinária constituiu uma nova unidade acadêmica, atual Faculdade de Veterinária, e a escola passou a se denominar Faculdade de Agronomia. No ano de 2012, foi implementado na Fagro o Curso de Graduação em Zootecnia. Até o momento, a Unidade formou 156 turmas de engenheiros agrônomos e 9 turmas de zootecnistas.
 

Números da Fagro

Formandos

Graduação

– Agronomia: 3.869

– Zootecnia: 50

Pós-Graduação

– Agronegócio: 220 mestres, 101 doutores

– Ciência do solo: 418 mestres, 202 doutores

– Fitotecnia: 827mestres, 233 doutores

– Zootecnia: 594 mestres, 296 doutores
 

Outras frentes nas quais a Agronomia se destaca incluem a prestação de serviços através de seus laboratórios e a participação em feiras e exposições agropecuárias, como a Expointer. Além disso, o vice-diretor Paulo Vitor celebra a realização da Semana Agropecuária da UFRGS, evento anual criado em 2018 e realizado em conjunto com a Estação Experimental Agronômica (EEA), que conta com a participação de estudantes, professores, servidores técnico-administrativos, empresas e produtores rurais.