Fonte: WRI Brasil – Cidades Sustentáveis
Existe uma lacuna entre a crescente demanda por serviços urbanos sustentáveis e a capacidade das cidades de desenvolver e financiar soluções inovadoras que contemplem a sustentabilidade. A partir dessa premissa, o Fórum Financiamento de Cidades Sustentáveis oferece um canal para explorar opções de investimento na escala de que as cidades precisam para implementar ações climáticas. Organizado pelo C40, em parceria com a Citi Foundation e o WRI Ross Center for Sustainable Cities, o evento é uma oportunidade para engajar cidades, prestadores de serviços e financiadores em uma narrativa comum para o financiamento de projetos urbanos inovadores e sustentáveis.
Entre os dias 5 e 7 dr abril, tomadores de decisão de instituições financeiras, representantes do setor privado e lideranças municipais estarão reunidos no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para debater oportunidades e desafios de financiamento e construir uma ponte entre a infraestrutura urbana atual e o que as cidades precisam para acompanhar o crescimento urbano projetado. Nesse contexto, o financiamento de cidades prósperas e sustentáveis aparece como questão-chave para definir como será o futuro de nossos centros urbanos.
“Adaptar novas e diferentes soluções à realidade das cidades é um dos propósitos desse debate. Como tornar as cidades mais prósperas e sustentáveis ao mesmo tempo – encontrar esse equilíbrio é o que nos levará às cidades do futuro”, apontou James Alexander, Chefe de Finanças e Desenvolvimento Econômico do C40 e moderador da sessão. Encontrar esse equilíbrio, como mostrou a discussão que iniciou as atividades do Fórum, depende primordialmente de fomentar o financiamento sustentável.
No caminho traçado pela COP 21, as cidades estão focadas em financiar e implementar projetos urbanos sustentáveis que transformem em realidade a visão que temos de “cidades de baixo carbono”. Os projetos e ações que impulsionam a sustentabilidade, contudo, muitas vezes acarretam custos – e como as cidades poderão arcar com esses custos é a questão a ser respondida: “Para mim, o principal destaque do Acordo de Paris é que, agora, as cidades sabem o poder que têm. Estamos, então, discutindo como construímos essas cidades sustentáveis. Esse trabalho depende do diálogo entre gestores municipais, prestadores de serviço financiadores”, ressaltou Val Smith, Diretora de Sustentabilidade da Citi Foundation.
Uma pesquisa econômica recente estima um déficit de investimento anual de 4,1 trilhões a 4,3 trilhões de dólares entre a infraestrutura urbana atual e o que as cidades precisam para acompanhar o crescimento urbano projetado. O crescimento populacional previsto para as próximas décadas – até 2045, 6 bilhões de pessoas estarão vivendo em áreas urbanas – surge como um desafio para as cidades, mas também como uma oportunidade, como destacou a especialista da Citi: “O aumento do número de pessoas nas áreas urbanas é uma oportunidade para as cidades investirem em novas soluções e infraestruturas. Disso depende a sustentabilidade do nosso futuro”.
O trabalho integrado e o diálogo entre administrações municipais e financiadores é o passo a ser dado para que o financiamento de projetos urbanos sustentáveis se torne uma realidade. Enquanto as cidades já contam com projetos tecnicamente desenvolvidos, ainda carecem de capacidade financeira para implementá-los. Financiadores, por sua vez, possuem os fundos necessários, mas precisam de projetos em que investi-los. É preciso, portanto, unir os dois lados. “Há um enorme potencial para a implementação de projetos sustentáveis nas cidades”, afirmou o Diretor do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, Luis Antonio Lindau. “E os bons exemplos que temos de trabalho conjunto entre cidades e investidores mostram que o elemento essencial é o diálogo, oportunidade que temos aqui hoje”.
A demanda pela incorporação da sustentabilidade nas agendas municipais é crescente. A população urbana, também crescente, deseja viver em cidades capazes de atender suas necessidades por meio de serviços eficientes, mas que não agridam o meio ambiente, como pontuou Marco Aurélio Cardoso, Secretário Municipal da Fazenda do Rio de Janeiro: “Não podemos ignorar essa necessidade. Mas, para atende-las, temos de desenvolver novos mecanismos para financiar esses projetos. E isso vai além das iniciativas tradicionais: precisamos inovar, fazer mais do que estamos fazendo hoje”.
Tornar as cidades prósperas não é uma ciência exata. Mesmo elementos comuns dessa equação – como o trabalho conjunto entre diferentes setores, o investimento em expertise técnica dentro das prefeituras e o desenvolvimento de soluções inovadores e sustentáveis – precisam ser adaptados às diferentes realidades urbanas. De qualquer forma, o diálogo lança possibilidades promissoras para o futuro das cidades: “Nós não temos todas as respostas. Como construiremos as cidades do amanhã vai depender de como todos nós – lideranças municipais, representantes do setor privado e da sociedade – trabalharemos hoje com o financiamento e a implementação de projetos sustentáveis. Mas essa é a questão: é preciso dialogar e trabalhar em parceria”, afirmou o CEO da Citi Brazil, Helio Lima Magalhães.
Como as cidades podem desenvolver bons projetos e atrair investimentos
Desde 1950, o número de pessoas vivendo em áreas urbanas passou de 800 milhões para quase 5 bilhões atualmente; no Brasil, o índice chega a 84% da população. O Fórum Econômico Mundial estima que, até 2020, serão necessários 5 trilhões de dólares por ano apenas para atender as necessidades de infraestrutura que virão com o crescimento da população. Em um cenário como esse, soluções urbanas sustentáveis e inovadoras requerem novas maneiras de financiamento, capazes de garantir que o desenvolvimento urbano sustentável não seja apenas uma ideia.
Entre os dias 5 e 7 de abril, o Fórum Financiamento de Cidades Sustentáveis cria um ambiente especificamente voltado para o debate de novas maneiras para financiar infraestrutura e serviços de baixo carbono nas cidades. Com a perspectiva de representantes municipais e especialistas internacionais, dois tópicos de destaque na sessão moderada por Skye D’Almeida (à esquerda), Gerente da Rede de Financiamento de Infraestrutura Sustentável do C40, foram projetos financiáveis e modelos inovadores de negócios para cidades sustentáveis. Em busca do financiamento de projetos sustentáveis, as cidades partem de um desafio: desenvolver bons projetos. “Os investidores buscam retorno confiável para seus investimentos, e isso é algo que as cidades muitas vezes não podem garantir. Porque nem sempre as cidades têm a capacidade de desenvolver projetos que ofereçam esses retornos seguros. Isso dificulta as coisas”, ponderou Milton Bevington, Assessor Municipal Sênior da Prefeitura de Boston.
A ponte entre gestões municipais e financiadores, para ser construída, requer, acima de tudo, projetos qualificados e financiáveis. Para isso, conforme ressaltou Kenroy Quellennec-Reid, Gerente de Programas Sênior da Prefeitura de Londres, as cidades precisam investir na capacitação técnica e estimular o trabalho integrado entre os diferentes setores municipais: “Preencher essa lacuna vai ajudar a atrair financiadores e a colocar em prática mudanças que impactarão a qualidade de vida na cidade como um todo”. Em Londres, Quellennec-Reid explicou, a prefeitura trabalha em diferentes frentes para conseguir os fundos necessários para o financiamento de projetos sustentáveis: “Recursos vêm da União Europeia e do governo central. Usamos essa verba para levantar outros fundos e alavancar novos investimentos. Fazendo isso, além de obter recursos para a cidade, também estimulamos os investidores do setor privado”.
O financiamento sustentável é algo que cidades e organizações devem buscar para garantir o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade. Um dos caminhos para fazer isso, apontou Jean Le Corre, Diretor de Gestão do Boston Consulting Group, são as parcerias público-privadas: “As PPPs têm o potencial de alavancar bons projetos – projetos que não sejam implementados a base do “copiar e colar”, mas que sejam pensados de acordo com a realidade de cada cidade”.
Mobilização de investimento privado, mecanismos de financiamento inovadores e o desbloqueio das fontes de financiamento municipais para construções de baixo carbono, transportes e desenvolvimento urbano são alguns dos elementos necessários para alavancar o financiamento de projetos urbanos sustentáveis. Esse, contudo, não é um processo estanque em si mesmo. Para construir as cidades sustentáveis do futuro, a compreensão de como financiar e fornecer soluções sustentáveis para essas áreas urbanas é um movimento que precisa ser contínuo: “A solução pode não aparecer este ano ou no próximo, mas pode chegar em cinco anos se dermos continuidade a esse processo – de desenvolver mecanismos de financiamento e investir em soluções urbanas sustentáveis”, ressaltou Milton Bevington.
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