Focado na situação orçamentária da EMATER e seus reflexos na gestão de pessoas, na recomposição das equipes, em soluções que resolvam os passivos trabalhistas e na qualidade dos serviços prestados às famílias rurais, o SENGE recebeu a visita de mais um candidato ao cargo de diretor técnico da empresa.

Na tarde desta quarta-feira (11) foi a vez do engenheiro Alencar Paulo Rugeri ser recebido na sede do Sindicato pelo presidente Cezar Henrique Ferreira e pelo diretor Dulphe Pinheiro Machado Neto.

A visita teve como motivação a Carta de Compromissos editada pelo Sindicato e enviada a todos os postulantes. Além de Alencar, já estiveram no SENGE os candidatos Claudinei Baldissera (27/12) e Alex da Silva Corrêa (29/12). Concorrem também os colegas Marcelo Henrique Müller e Vilmar Fruscalso, que encaminharam correspondência em resposta à carta do SENGE, assim como fez Alencar Rugeri.

A eleição para o cargo de diretor técnico é uma prática reproduzida na EMATER já há diversas gestões. O processo é conduzido pela Associação dos Servidores da ASCAR-EMATER (ASAE) e se realizará entre 16 e 18 de janeiro.

Na abertura da reunião, o presidente Cezar Henrique Ferreira destacou que, como entidade, o Sindicato não oferece apoio à nenhuma candidatura, seja qual for a instituição, postura que se repete na eleição à Diretoria Técnica da EMATER.

Cezar lembrou ainda que a carta de compromissos encaminhada pelo SENGE supera os interesses apenas corporativos dos engenheiros, pois relaciona sugestões técnicas para toda a empresa, “com absoluta transparência e firmeza de propósitos”.

Segundo Alencar, “os desafios da filantropia, a questão da restauração do prédio do escritório central, os passivos trabalhistas, entre outros problemas estruturais enfrentados, representam o ônus para quem está conduzindo a empresa”. No entanto, prosseguiu “o bônus é todo o trabalho de qualidade que vem sendo feito nesta gestão”. Segundo ele, a partir da reestruturação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, recentemente desmembrada da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, “o fundamental será o relacionamento e o diálogo entre a EMATER com as duas estruturas”.

Para o SENGE todas as pautas são fundamentais. No entanto, destaca Cezar Henrique, “é nosso papel trabalhar de forma incansável por uma solução definitiva à questão dos passivos trabalhistas em favor dos engenheiros, a partir da ação que já dura mais de duas décadas e que teve decisão final e trânsito julgado em 2015”.  Alencar garantiu que a solução desse passivo é tratada como uma das prioridades pela atual gestão e reconhece a necessidade de encontrar uma solução o mais breve possível.

Cezar Henrique reitera a posição histórica adotada pelo Sindicato de que a gestão da EMATER “não pode administrar uma empresa com profissionais sem capacitação, sem experiencia e sem a devida formação exigida para a ocupação de cargos técnicos e administrativos”. E concluiu afirmando que “a busca pela qualificação da gestão deve ser obsessiva”. Na sequência o diretor Dulphe Pinheiro Machado Neto destacou as possibilidades abertas à empresa através de cursos in company ministrados pelo Programa de Qualificação Profissional do SENGE, adequados à realidade da instituição, como já vem ocorrendo em escala crescente em diversas companhias.

Perfil

Alencar Paulo Rugeri, 57 anos, é engenheiro agrônomo, formado em 1991 pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), de Lages/SC. Possui mestrado em Agronomia pelo Programa de Pós-graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

É filho de agricultores, produtor rural e natural de Constantina/RS, onde atuou como secretário municipal da Agricultura. Ingressou na EMATER em 2000 como extensionista rural no escritório municipal de Erval Seco/RS. Desde 2019 é diretor técnico da empresa, cargo que também ocupou por breve período em 2010.

Clique aqui e conheça de maneira detalhada as propostas de Alencar Rugeri nas áreas econômica, social, incentivos para a ATER, classificação e certificação e administrativa.

Carta de Compromissos

A Carta de Compromissos enviada pelo SENGE a todas as candidaturas aborda a recomposição das equipes, transferências, Plano de Cargos e Salários, orçamento, passivos trabalhistas, o imprescindível reconhecimento e valorização do trabalho dos engenheiros na instituição, a realização de cursos “in company” através do SENGE e a valorização da FAPERS.

Confira os tópicos da carta:

Reorganizar as equipes municipais e retomar o “quadro de lotação” com objetivo de que todos os municípios conveniados tenham, no mínimo uma equipe completa, composta por 1 técnico de nível superior com formação em ciências agrárias, 1 técnico de nível médio e 1 extensionista da área social;

Eliminar transferências motivadas exclusivamente por critérios políticos, resgatando transferências por avaliações criteriosas de desempenho e, buscando conciliar os interesses pessoais com as necessidades da empresa;

Resgatar o Plano de Cargos e Salários com salários dignos e critérios técnicos para concursos internos objetivando promoções de modo a que todos os interessados, desde que preencham os requisitos, possam se candidatar aos cargos existentes possibilitando ascensão profissional;

Elaborar e executar orçamento compatível com a meta de estar presente em todos os municípios do Estado, com equipes completas, veículos e equipamentos necessários e adequados para realizar o trabalho esperado;

Compromisso em equacionar o passivo trabalhista existente, gerado pelo descumprimento do salário-mínimo profissional, e transitado em julgado desde 2015, com os Engenheiros que se dedicaram e ajudaram a construir a reputação da Ascar/Emater, já aposentados e desligados da empresa;

Reconhecer e valorizar o trabalho dos Engenheiros na Instituição retomando os diferentes percentuais em relação a atuação e responsabilidades nos âmbitos Municipal, Regional e Estadual, restabelecendo a possibilidade da carreira, atualmente inviabilizada pela forma de pagamento desta categoria com a adoção da “segunda linha” nos contracheques;

Compromisso de realizar cursos “in company”, através do SENGE/RS, visando o aperfeiçoamento técnico dos engenheiros, e com conteúdo específico de acordo com a necessidade da empresa;

Valorizar e manter a FAPERS como principal Política de Recursos Humanos da Instituição, cumprindo com todos os compromissos legais, regulamentares e pertinentes, desempenhando o papel efetivo que cabe como patrocinador do Plano na gestão da Fundação.

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