Em coluna publicada pelo jornal Correio do Povo dessa segunda-feira (18), o SENGE relembra o sucesso do 15º Painéis da Engenharia, evento realizado em celebração aos 80 anos do Sindicato, e fala sobre a imprescindível função da Engenharia no processo de retomada do desenvolvimento socioeconômico.

“ Jamais poderá haver crescimento económico sem justiça social e sem Engenharia”, destaca a entidade.

Confira o texto da coluna na integra:

A ENGENHARIA DO FUTURO

A celebração dos 80 anos de fundação do Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul teve, entre diversas ações e homenagens, a realização de importante seminário no dia 23 de junho, na PUCRS.

O êxito da iniciativa ficou evidenciado tanto pela avaliação amplamente positiva por parte dos participantes, quanto pelo do expressivo comparecimento de profissionais de todas as idades, inclusive estudantes. A assertividade do tema do evento (Engenharia do Futuro: Agentes e Possibilidades) e a abordagem dos diversos e qualificados palestrantes, foram da mesma forma decisivos para o sucesso.

Não obstante a aparente generalidade do título, o que percebemos foi a convergência de ideias e preocupações relacionadas com o momento de transição vivenciado por uma sociedade que embora fundamentada em modelos analógicos consolidados ainda no século passado, convive e opera cada vez mais com sistemas digitalizados, tecnologia de ponta, internet das coisas, instantaneidade das comunicações, entre outros exemplos, sempre em esfera global.

Esta situação, nos remete à imprescindível função de todas as engenharias em cada uma das sucessivas etapas do desenvolvimento socioeconômico, encargo cada vez mais exigente, urgente e que desafia profissionais, organizações e o Poder Público.

Neste ano, no Brasil, tais desafios irão transitar num cenário eleitoral de polarização extrema, inundados pela retórica política e pela ausência absoluta de projetos de Estado e não de governo. Vivemos em um país no qual planejamento e gestão são conceitos que, infelizmente, são embaralhados no jogo de poder, na luta pela ocupação de espaço político, nas indicações para cargos públicos e em barganhas nada republicanas. Enquanto isso, os grandes desafios em favor da população através de políticas sociais e as condições técnicas favoráveis aos investimentos, sofrem pelas carências monstruosas de infraestrutura, pela descontinuidade de projetos, pela imprevisibilidade da economia e pela ampliação da vulnerabilidade geral diante de crises globais, como a guerra, a pandemia, entre outras.

Existe sim um Brasil que todos desejamos. O que precisa ser feito é do conhecimento de todos, independente de colorações políticas: investimentos em educação em todos os níveis; obras de infraestrutura; garantia de acesso à saúde, ao trabalho e à segurança alimentar, e acima de tudo, a preservação dos valores democráticos, a confiança nas instituições e um amplo pacto social pelo desenvolvimento e pela redução das desigualdades. Jamais poderá haver crescimento econômico sem justiça social e sem Engenharia. Assim como fazemos no SENGE, precisamos pensar o Brasil para os próximos 80 anos e não perdermos mais tempo nem desperdiçar energia, talentos, recursos naturais e humanos pela falta de planejamento e compromisso com as novas e futuras gerações.

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