*Por Silvio Mezzari, jornalista, gerente de Comunicação do SENGE-RS
Com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) realizou na manhã desta segunda-feira (06) o evento de lançamento do projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento na sede do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp). O SENGE-RS esteve presente, representado pelos vice-presidentes José Azambuja e Diego Oliz.
Na sua manifestação de abertura, o presidente da Federação, Murilo Pinheiro, lembrou do lançamento do projeto em 2006, destacando que à época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pautou boa parte do PAC com as proposta do Cresce Brasil. Segundo ele “o projeto segue oferecendo propostas factíveis ao desenvolvimento, para termos um Brasil mais próspero, com mais oportunidades para todos, pensando no cidadão, pensando num Brasil melhor”.
Murilo afirmou ainda ser este um “momento de esperança, um momento do cidadão”. “A Engenharia unida”, em conjunto com as academias, associações, conselhos, parlamento, indústria, sindicatos, “está pronta para ajudar para um Brasil mais justo”, concluiu.
Após sucessivas manifestações de lideranças políticas e da Engenharia que compuseram a mesa de abertura, foi a vez de Geraldo Alckmin se manifestar, apresentando sua visão pessoal e principalmente as diretrizes do governo que tomou posse em 01 de janeiro. Vale lembrar que Alckmin também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Falando com a simplicidade e desenvoltura que lhe caracterizam, o vice-presidente da República enumerou os principais temas que pautam o desenvolvimento socioeconômico. Segundo ele, o principal desafio enfrentado pelo mundo todo é a questão do “emprego”, diante da inexorabilidade da automação industrial, eficiência do maquinário, da inteligência artificial, do ChatGPT, entre outros, “que fazem com que vivamos num mundo cada vez mais complexo”.
O cenário previsto para daqui a dez anos, na visão de Geraldo Alckmin, prevê um mundo ainda mais rico, porém, desigual, no qual quem possui o capital ficará ainda com a parcela maior da riqueza produzida. Isso demanda que todos concentrem esforços que venham diluir esta tendência, fazendo com que a riqueza alcance mais pessoas, principalmente os mais necessitados. “A desigualdade produz o radicalismo, que leva a juventude para os extremos”.
Citando o presidente Lula, Alckmin conclamou a todos a trabalharem pelo desenvolvimento inclusivo, passando a destacar em seu pronunciamento as prioridades para a retomada do desenvolvimento com justiça social.
Em “primeiríssimo lugar” a educação de qualidade, especialmente a educação básica e o ensino em tempo integral. Tratando da necessária autonomia do cidadão em ter e buscar o que lhe convém, afirmou que “vivemos num mundo em que nos preparamos para fazer uma coisa e a vida nos leva para outra”.
Em que pese a importância de dotarmos o país de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, Alckmin afirmou que não precisamos de uma “re” industrialização, mas sim, uma “neo” industrialização. Segundo ele “o Brasil é caríssimo” o que representa importante restrição ao crescimento. “Conseguimos agregar valor à exportação de comodities, mas não conseguimos ser competitivos na indústria”. Embora seja um fenômeno o global a desindustrialização brasileira é precoce se comparada aos países desenvolvidos. Isso demanda a criação de uma agenda de competitividade para sairmos do verdadeiro “manicômio tributário”, terno utilizado por ele para preconizar a urgente Reforma Tributária.
Ao exemplificar a situação e ao mesmo tempo acenar com possibilidades, Geraldo Alckmin afirmou que do jeito que está, “vai tudo parar na Justiça”, sendo que “o mundo inteiro tem IVA enquanto que nós temos dezenas de impostos”. Ele defendeu o que chamou de “eficiência econômica e simplificação tributária”.
Em relação a projetos de desenvolvimento e geração imediata de empregos, o vice-presidente e ministro lembrou que cada vaga de trabalho na Construção Civil e nas obras relacionadas aos projetos de habitação podem gerar três vagas de trabalho indiretas. O mesmo vale para o setor de saneamento e mobilidade urbana.
Outro ponto salientado por Alckmin trata do Comércio Exterior e dos acordos internacionais. Segundo ele, o governo Federal já sinalizou que reconhece a importância do comércio regional. As primeiras viagens do presidente Lula ao exterior (Argentina, Uruguai e Estados Unidos) comprovam esta tendência. Ilustrando seu raciocínio, o ministro citou o exemplo do acordo comercial vigente entre Canadá, México e Estados Unidos que concentra nada menos que 52% do fluxo comercial dentro do próprio bloco. No Mercosul este percentual não passa de 26%. O país teria que focar no mercado regional para que os exemplos de competitividade de nossas exportações de ônibus e caminhões para mercados como Argentina e Colômbia alcancem outros setores da indústria brasileira. “Exportação é fundamental”, salientou.
Em relação ao meio ambiente e o reconhecimento da necessidade de atenção total às mudanças climáticas, Alckmin destacou o papel de protagonismo que o país pode pleitear, seja pela geração de energia limpa, seja pelo controle das emissões de carbono, pela preservação dos biomas, entre outros. Para ele, o Brasil precisa se reintroduzir na economia globalizada. Ainda sobre as emissões de carbono: “50% dos volumes gerados no Brasil vêm de fontes como ônibus, automóveis, a indústria e a da agropecuária, enquanto os outros 50% são gerados pelas queimadas criminosas realizadas por grileiros e não pelos verdadeiros agricultores”.
Por fim, o vice-presidente tratou do que chamou de “custo do dinheiro”, já que juros baixos incentivam (“financiamento barato”) os investimentos desde o pequeno ao grande investidor. “Com uma inflação acima de 5% e juros na casa dos 14% quem arrisca?”. No Brasi, 70% dos investimentos ocorrem com capital próprio, o que Geraldo Alckmin tratou como uma verdadeira “anomalia”. Se a competitividade da indústria não for recuperada, “daqui a pouco não teremos mais antibióticos, componentes eletrônicos e outros produtos produzidos na Índia, na China, países que subsidiam suas exportações. Precisamos adotar o “Princípio da Precaução”, concluiu.
Conheça e baixe o arquivo com a integra do Cresce Brasil 2023
Programação
8h30 – Recepção
9h – Sessão de abertura
12h – Intervalo para almoço
14h – Ideias para garantir desenvolvimento ao País e vida digna à população
Marcelo Zuffo – Professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) e diretor do InovaUSP
Carlos Monte – Engenheiro, consultor e coordenador técnico do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”
Paulo Cruvinel – Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Clarice Ferraz – Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Economia da Energia (GEE) e diretora do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina)
Reinaldo Iapequino – Presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e ex-secretário executivo da Habitação do Estado de São Paulo
Marco Aurélio Cabral Pinto – Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Jurandir Fernandes – Membro do Conselho Assessor de Transporte e Mobilidade Urbana do SEESP
José Roberto Cardoso – Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) e coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP
15h30 – Debate com o público
16h30 – Encerramento
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