A reunião visa promover o debate sobre a atual situação da indústria naval no país, que sofrendo com o sucateamento progressivo e acelerado, com efeito direto sobre os polos de Rio Grande, São José do Norte e da região carbonífera.

Também serão tratadas as ações do governo federal contra a política de Conteúdo Local Mínimo, criando um ambiente altamente prejudicial aos interesses nacionais e a proteção ao emprego, e acarretando em um incalculável prejuízo econômico para o país. É importante lembrar que a legislação que determinou a compra de produtos nacionais pela Petrobras permitiu a sua recuperação durante os governos Lula e Dilma. Na década de 1950, política semelhante foi responsável pela estruturação do parque industrial brasileiro, especialmente o automobilístico, durante o governo Juscelino Kubitscheck.

Na contramão, a Petrobras, atualmente, está sofrendo um desmonte continuado que a transformará em mera produtora de petróleo bruto, considerando que o governo e a direção da empresa abriram mão de explorar a maior reserva descoberta nos últimos 30 anos, o Pré-Sal. A empresa se desfaz de ativos valiosos, comprometendo seu futuro, e perdendo o país de investir na Engenharia nacional para atender a demanda de projetos, máquinas e equipamentos necessários à exploração do Pré-Sal. Com isso, empresas estrangeiras poderão explorar nosso petróleo sem compromisso de contrapartidas em termos de transferência de tecnologias, geração de empregos e pagamento de impostos. Além disso, tal política afeta diretamente o Polo Naval gaúcho, por meio do cancelamento de contratos de construção de plataformas nos estaleiros brasileiros. A retirada de pelo menos um casco pronto, transferido para China, e o cancelamento do contrato de construção da P71 geraram mais de 3500 desempregados.