Automóvel, todos os brasileiros ainda terão um. Se é que já não têm. Pelo menos em Porto Alegre, em que são dois habitantes por um veículo.
Arredondando, 1,4 milhão de pessoas para uma frota de 700 mil unidades. A questão é que não temos ruas nem avenidas que suportem essa quantidade circulando. Principal e obviamente, nas horas do pico, da entrada e saída dos colégios e das repartições.
O que intriga é como a Capital não consegue alargar ruas e avenidas onde o recuo existe na maior parte. O Plano Diretor de 1959 previu que as principais radiais da cidade teriam recuo a cada nova edificação. Lima e Silva e as avenidas Protásio Alves, Bento Gonçalves, Benjamin Constant, Cristóvão Colombo, Teresópolis, Glória e outras são exemplos.
É imperioso alargar o que está previsto há mais de meio século. Agora se pode falar nos automóveis. É que as classes C e D, as emergentes, estão sendo incorporadas ao consumo em geral e aos automóveis, o sonho de 10 em cada 10 brasileiros.
Pedir que o trânsito ande mais rápido em Porto Alegre deixou de ser “coisa das elites alienadas” ou dos “burgueses egoístas, aboletados em seus carrões enquanto a plebe ignara se espreme em ônibus superlotados e quentes”. Foi assim, não é mais.
A frota de coletivos de Porto Alegre é grande e moderna. O transporte coletivo é fundamental e o sistema de Trânsito Rápido para Ônibus (BRT, na sigla em inglês) ajudará.
Quanto ao metrô, é discurso que vem de longe e ainda servirá para muitos comícios inócuos nesta e em futuras eleições. Uma nova discussão sobre o financiamento federal surgiu. Todo governo que assume o poder intitula-se modernizador.
No entanto, nada é explicado sobre como e com que recursos essa modernização virá. Modernizar significa, para alguns, apagar o passado, recomeçar, fazer tudo de novo.
O governo que dá continuidade às boas coisas do antecessor é tido como pouco criativo. Faz-se de conta, na Capital, que as pessoas estão unidas pelos mesmos ideais, no caso, um trânsito fluindo e seguro. Entre nós, o serviço de catamarã entre Porto Alegre e Guaíba foi a grande e isolada novidade. Mas da iniciativa privada.
Como explicar os dias em que a cidade para por causa de acidente na avenida Castelo Branco? Felizmente, viadutos e passagens de nível estão projetados na Terceira Perimetral. Sabemos que a unanimidade jamais será alcançada em termos de obras. Pelo andar – ou vagareza no trânsito – veremos a cidade parar com milhares de motoristas e seus automóveis buzinando infernalmente.
Como várias linhas de ônibus não circulam pelos corredores, tudo ficará onde está. Será o caos. Previsto, falado e aguardado. No entanto, o prefeito José Fortunati é taxativo, não podemos mais, mesmo respeitando o direito ao automóvel, nos preocupar com esse meio de transporte. Menos, pois este é um processo – mais automóveis – inexorável. O prefeito aposta no transporte coletivo e nas ciclovias.
Muitas assembleias, reuniões, debates e entidades que devem abençoar obras inadiáveis. A III Perimetral e outras avenidas têm semáforos demais e lentidão. Os automóveis param em algumas ruas e avenidas.
Os ônibus estão lentos. Ou se dá espaço ou o trânsito não terá solução. Com ou sem Copa do Mundo de 2014.
Por Jornal do Comércio – RS – Editorial
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